Tênis

Nadal, o primeiro decacampeão da história!

Foto: Clive Brunskill/Getty Images

Pela primeira vez na história da Era Aberta um tenista conquista o mesmo torneio dez vezes.

O “Rei do Saibro” não tomou conhecimento dos adversários e conquistou pela décima vez o Masters 1000 de Monte Carlo. A final foi contra o conterrâneo Abert Ramos-Vinolas.

 

Sem Federer e sem cruzar com Djokovic, Nadal fatura bicampeonato

O Masters de Monte Carlo é disputado no Country Clube de Monte Carlo, mas este recinto não fica na capital monegasca, nem no Principado de Mônaco, apesar do nome. Ele está localizado no pequeno e simpático município de Roquebrune-Cap-Martin, no sul da França, quase na fronteira com seu vizinho. Por ser um dos torneios ATP 1.000, além dos mil pontos no ranking mundial, a competição vale uma enorme soma de dinheiro.

A generosa premiação foi incapaz de seduzir Roger Federer. Depois de triunfar no Aberto da Austrália, em Indian Wells e em Miami, o suíço alegou cansaço para tirar a semana de folga. Sua prioridade é chegar bem em Roland Garros.

A boa notícia do certame foi o retorno de Djokovic ao circuito da ATP. O sérvio, que estava se recuperando de contusão, já defendera sua seleção semana passada na Copa Davis.  Ele estreou derrotando o francês Gilles Simon por 2 a 1, depois bateu o espanhol Pablo Carreño Busta repetindo o placar mas parou no belga David Goffin também por 2 a 1.

Outra fera, o suíço Stan Wawrinka decepcionou sofrer o revés na terceira rodada diante do uruguaio Pablo Cuevas por duplo 6/4. O britânico Andy Murray também ficou devendo ao cair na mesma eliminatória, perdendo para o futuro vice-campeão por 6/2, 2/6 e 5/7.

Nadal estreou ganhando por 2 a 1 do britânico Kyle Edmund e depois superou o alemão Alexander Zverev por duplo 6/1. Nas quartas de final, espantou a zebra argentina ao passar por Diego Schwartzman por duplo 6/4. Nas semifinais, desclassificou David Goffin, que vinha de eliminar Djokovic. O espanhol impôs 6/3 e 6/1. Na decisão, o Toro Miúra repetiu o placar da semifinal.

Vale mencionar a bela campanha do medalhista de prata. Décimo-quinto cabeça-de-chave, surpreendeu o número um do mundo (Andy Murray), o quinto favorito (o croata Marin Cilic), o 11o (o francês Lucas Pouille), além de eliminar dois argentinos que sobreviveram ao qualifying. Foi seu melhor resultado em masters 1.000. Não justifica a derrota, mas o catalão sentiu dores no ombro no segundo set, talvez em consequência de ter entrado em quadra mais vezes que seu oponente.

 

O “Rei do Saibro”

Rafael Nadal adicionará este troféu aos de sua coleção, onde já ostenta as taças de 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2016. Seus feitos vão além deste decacampeonato de Monte Carlo. Esta conquista foi sua 70a da carreira profissional, sendo que a 50a em saibro e a 29a em masters 1.000.

O Toro Miúra também aproveitou para quebrar o jejum de um ano sem títulos. Sua última volta olímpica havia sido no ATP 500 de Barcelona de 2016.

Pelo êxito de ontem, o atleta de Monacor recebeu um cheque de 820 mil euros.

 

Duplas

Nas duplas, o time formado pelo indiano Rohan Bopanna e pelo uruguaio Pablo Cuevas ficou com o primeiro lugar. Eles venceram na grande final os espanhóis Feliciano López e Marc López por 6/3, 3/6 e 10/4.

Os brasileiros tiveram boa participação no certame. Bruno Soares, que jogou com o britânico Jamie Murray, perdeu nas quartas de final para a dupla do monegasco Romain Arneodo e do francês Hugo Nys. Marcelo Melo, que fez parceria com o polonês Lukasz Kubot, caiu na mesma rodada diante da dupla vice-campeã.

 

Sem feminino em Monte Carlo

Com outro calendário, as mulheres tiveram que representar seus países neste fim de semana. Elas jogaram pela Copa Fed, a versão feminina da Copa Davis.

Belarus ganhou da Suíça por 3 a 2 e disputará a final em novembro com os Estados Unidos que pararam as República Tcheca pelo mesmo placar.

Na segunda divisão, Alemanha, Bélgica, França e Holanda se garantiram no Grupo Mundial de 2018 ao superarem respectivamente Ucrânia, Rússia, Espanha e Eslováquia.

O Brasil, que está na terceira divisão, já encerrou sua participação este ano ao quase ser rebaixado, em fevereiro.

 

Rumo a Rolland Garros

O calendário internacional continua em pisos de saibro pela Europa até o Grand Slam da França. Semana que vem, os atletas se dividirão entre o ATP 500 de Barcelona e o ATP 250 da Hungria. É claro que os principais nomes da modalidade estarão na Espanha, em busca de mais pontos e mais dinheiro.

Na primeira semana de maio teremos três torneios 250: Estoril, BMW (em Munique) e Istambul.

Sete dias depois, acontecerá o ATP 1.000 de Madri e na semana seguinte, será a vez o ATP 1.000 da Itália.

Ainda antes de Roland Garros, Genebra e Lyon organizam seus ATP 250.

O Aberto da França será disputado de 28 de maio a 11 de junho e os melhores tenistas do planeta estarão lá.

 

Resultados do Masters 1000 de Monte Carlo:

Quartas de final, 21 de abril:
Albert Ramos Viñolas 2×1 Marin Cilic
Pablo Cuevas 1×2 Lucas Pouille
Diego Schwartzman 0x2 Rafael Nadal
David Goffin 2×1 Novak Djokovic

Semifinais, 22 de abril:
Albert Ramos Viñolas 2×1 Lucas Pouille
Rafael Nadal 2×0 David Goffin

 Final, 23 de abril:
Albert Ramos Viñolas 0x2 Rafael Nadal