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Próxima luta de Jacaré no UFC é retrocesso

Foto: Buda Mendes/Getty Images

O sonho de Ronaldo Jacaré de disputar o cinturão dos médios do UFC parece cada vez mais complicado de ser realizado. Depois de se aproximar diversas vezes da oportunidade, Ronaldo Jacaré tem mais um obstáculo à sua frente rumo a uma luta pelo título. A maior organização de MMA do mundo anunciou que o brasileiro vai enfrentar Tim Boetsch no dia 11 de fevereiro, pelo UFC 208, no Brooklyn, Nova York (EUA).

O combate é um risco enorme, um retrocesso para o brasileiro. Depois de nocautear Vitor Belfort pelo UFC 198, em maio, Jacaré pediu a chance pelo cinturão, não teve e colocaram em seu caminho Luke Rockhold, ex-campeão da categoria e então top 3 no ranking. Como o americano se lesionou, agora ele vai enfrentar o 14º colocado na divisão. É o tipo de luta que acrescenta muito pouco. Se vencer, não ganha créditos o suficiente para disputar o cinturão; se perder, pode ver seu esforço (e paciência) ir por água abaixo e assim terá de voltar para o meio da fila em busca do sonho.

O que parece acontecer com Ronaldo Jacaré é a falta de opção. Falta um pouco de sorte também, mas ela pode aparecer quando menos se esperar. O UFC parece flertar com a ideia de ter Michael Bisping Vs Yoel Romero pelo cinturão dos médios ou então fazer uma superluta entre Michael Bisping e Tyron Woodley (campeão dos meio-médios). Bisping gera audiência, vende pay-per-views e é inteligente o suficiente para especular suas possibilidades.

Enquanto a novela da próxima luta de Bisping não acaba, Jacaré deveria aceitar um desafio mais difícil do que Tim Boetsch. Quanto mais duro o rival, mais crédito você ganha. Em novembro, Yoel Romero era o menos cotado para disputar o cinturão… Até aplicar uma joelhada voadora e nocautear o ex-campeão Chris Weidman no UFC 205. Aí tudo mudou. Fica difícil argumentar contra a chance dele. Jacaré muito provavelmente vai bater Boetsch sem maiores dificuldades. É mais lutador, mais completo, experiente e técnico. Mas aonde essa vitória o levará? Não me parece o suficiente para garantir uma chance pelo cinturão da divisão.

É claro que na hora de fechar um contrato com o UFC várias questões entram em discussão. Mais do que um duelo contra o 14º do ranking, Jacaré aceitou o desafio por ser uma luta em Nova York, novo mercado “hot” do mundo das lutas, certamente negociou uma bolsa justa para tal risco a se correr, entre outras coisas. Porém, por conhecer a capacidade do brasileiro, creio que era hora de apostar alto e alcançar aquilo que ele sempre almejou. Chega de enrolação, paciência e mais lutas contra rivais medianos. Jacaré merecia enfrentar Chris Weidman, Luke Rockhold ou até fazer uma revanche com Romero. Tais lutas, sim, lhe garantiriam um caminho mais seguro rumo ao topo.