Copa do Mundo Rússia 2018

Austrália e a eterna repescagem nas Eliminatórias da Copa do Mundo

Foto: Scott Barbour/Getty Images

Austrália joga contra Síria para ver quem encara o quarto colocado da CONCACAF

A Austrália pega a Síria em busca de uma vaga na Repescagem Intercontinental da FIFA que vale vaga no Mundial de 2018. Muita gente chama a quarta fase das Eliminatórias Asiáticas de Repescagem, apesar de ainda não ser – pelo menos não oficialmente. Confira os prognósticos desta guerra, que terá duas batalhas.

 

Austrália esteve nas Copas de 1974 e 2006

As Eliminatórias para as primeiras fases finais de Mundiais da FIFA não eram exatamente como as que conhecemos hoje. A Austrália, uma grande ilha localizada na Oceania, precisava se classificar em um zonal que tinha equipes da África, da Ásia e também de sua região.

Em 1965, entrou em campo pela primeira vez pelo certame. Com as desistências dos selecionados africanos, da Coréia do Sul e da suspensão da África do Sul por causa do apartheid, os australianos perderam para a Coreia do Norte por 6 a 1 e 3 a 1, com as duas partidas sendo realizadas em Phnom Penh, capital do Camboja.

Em 1969, Israel desclassificou os Cangurus por 1 a 0 e 1 a 1.

Em 1973, a ex-colônia britânica finalmente prevaleceu. Ao bater Coreia do Sul, Indonésia, Iraque e Nova Zelândia, garantiu vaga na Copa do Mundo de 1974, realizada na Alemanha Ocidental.

Em 1977 e em 1981, os de Camberra sequer atingiram a Repescagem, sendo eliminados em seu grupo.

Em 1985, ganharam de Israel, Nova Zelândia e Taiwan nas Eliminatórias da Oceania. O rival da Repescagem foi a Escócia, que venceu por 2 a 0, em Glasgow, e carimbou o passaporte.

Em 1989, o modelo da competição passou a ser mais parecido com o corrente. Os Cangurus ganharam de Fiji e Nova Zelândia, mas perderam para Israel e não alcançaram a Repescagem.

Em 1993, ganhou a competição de seu continente. Foram necessários dois mata-mata de Repescagem. O primeiro foi ganho contra o Canadá. Posteriormente, os australianos sucumbiram diante da tradicional Argentina.

Quatro anos mais tarde, o oponente foi o Irã. Os persas festejaram muito os gols marcados fora de casa: 1 a 1 e 2 a 2!

Em 2001, o campeão da Oceania voltou a cruzar com uma esquadra da América do Sul. O Uruguai ganhou da Austrália por 3 a 0 após derrota por 1 a 0 no primeiro jogo.

A forra australiana aconteceu quatro anos depois. Os de língua inglesa derrotaram a mesma seleção Charrúa nos pênaltis para participar da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha.

 

A mudança para a Ásia em 2006

Com o passar das décadas, o futebol australiano se desenvolveu muito. O time estava em outro patamar quando comparado às demais nações de sua região: Nova Zelândia, Taiti, Fiji, Ilhas Salomão, Papua Nova Guiné, etc. Como a Oceania não tinha (e não tem ainda) uma vaga automática na Copa do Mundo, a Austrália conversou com a FIFA e com a Confederação Asiática e se mudou para a Ásia (coisa que na geografia seria impossível fazer).

Em 2009 e em 2013, garantiu presença nos certames da África do Sul e do Brasil sem problemas.

E em 2017? Xiiii….o pesadelo da Repescagem está de volta. Sem conseguir uma vaga automática, primeiro terá que passar pela Síria. Se ganhar, aguarda um adversário da CONCACAF para tentar chegar à Rússia.

 

Como Austrália e Síria Chegaram até aqui?

Isenta da primeira fase, a Austrália caiu no grupo B, que tinha Jordânia, Quirguízia, Tadjiquistão e Bangladesh. Em oito embates, os Cangurus ganharam sete e perderam apenas uma, para os jordanianos. Na terceira etapa, foi sorteada no hexagonal B. Foram cinco triunfos, quatro empates e apenas um revés (diante dos Emirados Árabes) em dez pelejas. Os da Oceania viram Japão e Arábia Saudita se classificarem, enquanto que Tailândia, Iraque e Emirados Árabes ficaram pelo caminho.

A Síria tampouco suou a camisa na primeira rodada. Na segunda, ficou atrás do Japão, mas à frente de Singapura, Afeganistão e Camboja. Na terceira etapa, eliminou Uzbequistão, China e Qatar, mas ficou atrás de Irã e Coréia do Sul.

 

Situação na CONCACAF

O vencedor entre Austrália e Síria não garante vaga na festa da Rússia, embora continue sonhando com este objetivo. É preciso ainda jogar Repescagem contra o quarto colocado da CONCACAF.

Nas Américas Central, do Norte e do Caribe, a situação é a seguinte: o México já se garantiu no sorteio de São Petersburgo. Costa Rica, Panamá, Estados Unidos e Honduras brigam por duas vagas automáticas e uma na Repescagem. Com a classificação eminente dos costarriquenhos, na prática, temos três quadros possíveis para australianos e sírios.

 

Austrália é favorita

Ninguém ousa dizer que a Austrália não é favorita. Além de maior estrutura, o país vive em estabilidade e seus jogadores atuam por agremiações domésticas, da Ásia e da Europa.

Os destaques do esquadrão são Tim Cahill, do Melbourne City, Mark Milligan, do Melbourne Victory, Robbie Kruse, do Bochum, Mathew Leckie, do Hertha Berlim, Tom Rogie, do Celtic e Mathew Ryan, do Brighton & Hove Albion.

 

Em casa, na Malásia

Os sírios estão espalhados por clubes do mundo árabe e muçulmano. A única exceção é Gabriel Somi, que defende o Östersunds sueco. Ele é uma das maiores revelações da nação. Os mais experientes são o capitão Firas Al Khatib, do Al Salmiya (do Kuwait), Mahmoud Al Mawas, do Umm Salal, do Omã; e Zaher Midani, que joga no Al Quwa Al Jawiya, de Bagdá, Iraque.

Um dos maiores problemas ao longo da campanha síria foi não ter podido atuar em sua casa, em Damasco. O escrete dependeu sempre de outras federações para mandar seus compromissos. Contra a Austrália, o enfrentamento acontece em Krubong, Malásia.

 

As possíveis escalações

Síria: Ibrahim Alma; Moayad Ajan, Alaa Al Shbli, Hadi Al Masri e Jehad Al Baour; Mahmoud Al Mawas, Zaher Midani, Oday Al Jafal e Osama Omari; Firas Al Khatib e Omar Khribin. Técnico: Ayman Al Hakeem.

Austrália: Mathew Ryan; Trent Sainsbury, Bailey Wright, Brad Smith e Aziz Behich; Mark Milligan, James Troisi, Massimo Luongo e Tom Rogic; Tim Cahill e Robbie Kruse. Técnico: Ange Postecoglou.

 

Palpite

Acredito que a Austrália vai conhecer o Kremlin, comer caviar e, quem saber, apertar a mão de Vladimir Putin. Prevejo 1 a 0 no duelo de ida e 3 a 0 no de volta.

 

Jogo de ida da 4ª fase das Eliminatórias da AFC da Copa do Mundo de 2018

Quinta-feira, 05 de outubro:

  • 09h30: (R$ 4,48) Síria x Austrália (R$ 1,84) (Empate R$ 3,40) – palpite: empate.

Terça-feira, 10 de outubro:

  • 06h00: (R$ 1,12) Austrália x Síria (R$ 20,14) (Empate R$ 5,80) – palpite: Austrália.