Copa do Mundo Rússia 2018

Ataque falha contra a Bélgica, para em Courtois e Brasil dá adeus ao hexa

Bélgica elimina Brasil
Foto: EMMANUEL DUNAND/AFP/Getty Images

Em jogo marcado por atuação apagada do volante Fernandinho, o substituto do suspenso Casemiro, Seleção Brasileira não foi efetiva com seus homens de frente e sofreu com os contra-golpes

Por José Neto

O Brasil deu adeus nesta sexta-feira (6 de julho) à Copa do Mundo na Rússia ao cair nas quartas de final para a Bélgica por 2×1, em Samara. Após quatro jogos de invencibilidade, sendo três sem tomar gols, a intransponível defesa brasileira sucumbiu aos Diabos Vermelhos, que com o trio Hazard, De Bruyne e Lukaku em sintonia, desbancaram a trupe comandada por Neymar e Philippe Coutinho. Com 100% de aproveitamento na competição, os europeus pegam na próxima fase a França, que bateu mais cedo o Uruguai por 2×0. Ao Brasil, mais quatro anos para tentar novamente o hexa, desta vez no Catar.

 

O jogo

O Brasil começou o jogo comandando as ações. Com posse de bola, a Seleção Brasileira quase chegou ao gol em duas cobranças de escanteio, com Thiago Silva e Paulinho. Mas o troco belga ocorreu da mesma forma, mas com a diferença de que eles chegaram ao gol. O gol contra de Fernandinho após cobrança de escanteio dava início a uma noite que prometia fortes emoções.

O tento deixou a seleção europeia mais à vontade em campo, que passou a utilizar sua melhor arma, o contra-ataque. Com Lukaku ganhando as principais jogadas de Miranda e abrindo espaços no setor defensivo brasileiro, os belgas começaram a incomodar o país pentacampeão. O segundo gol dos Diabos Vermelhos veio justamente de jogada do camisa 9, que em contra-golpe mortal, quando até tentou ser parado por Paulinho, se deslocou do campo de defesa para servir De Bruyne. Com incrível precisão, o garoto acertou um chute sem chances para Alisson.

O gol derrubou as pretensões brasileiras, que saiu atordoado durante o intervalo. Com Roberto Firmino no lugar de Willian logo no início da segunda etapa e Gabriel Jesus deslocado para a direita, o Brasil foi aos poucos pressionando os rivais. O problema é que do outro lado havia um goleiro de altíssimo nível. Thibaut Courtois só não fechou o gol porque Renato Augusto, que entrou no lugar de Paulinho, fez gol de cabeça que deu esperança aos brasileiros. Mas o goleiro do Chelsea não deixou passar mais nada, fazendo ótimas defesas, como no chute de Neymar e de Douglas Costa. Quando não defendeu, contou com a sorte, em gol incrível perdido por Renato Augusto. O tempo passava e o Brasil seguia pressionando. Mas bem postado na defesa e aguardando um contra-ataque, a Bélgica carimbou o 2×1 e classificação.

 

Pênaltis?

Jogo do Brasil e lances polêmicos são sinônimos, não é?! Se já não bastassem as faltas sofridas em Neymar ou até as simulações feitas pelo craque brasileiro, hoje ele proporcionou pelo menos duas chances de bola na cal. Em ambas – uma no primeiro e outra no segundo tempo – o árbitro, corretamente, deixou o jogo seguir. A dúvida mesmo ficou por conta do lance na pequena área de Gabriel Jesus, que sofreu o contato de Kompany. Mas novamente, o VAR não apareceu e nada foi marcado.

 

Pontos negativos

A missão de Fernandinho não era das mais fáceis. Substituir Casemiro, o homem do meio de campo da Seleção Brasileira na primeira fase. O jogador do Manchester City até tentou, com muita vontade em campo, mas foi de longe o pior em campo.

A situação do queridinho de Pep Guardiola começou a se complicar quando ele fez o gol contra, em bola desviada pelo zagueiro Kompany. Depois, sofreu com botes e passes errados. No fim, recebeu como “prêmio” o cartão amarelo.

Quem também destoou foi Gabriel Jesus. Mas no caso do atacante do Citizens, só confirmou o fraco mundial realizado. Zerado em cinco jogos, igualando a marca de 1974, quando a Seleção Brasileira não teve nenhum atacante anotando gols durante aquela competição, ele saiu na segunda etapa. Douglas Costa colocou fogo no jogo e criou as melhores chances brasileiras pelo lado direito, mas Courtois, inspirado, segurou.

Já Neymar até tentou, sofreu faltas e finalizou, mas seguiu em evolução em território russo. Sem a ajuda de Philippe Coutinho, que apesar da assistência para Renato Augusto, esteve apagado em campo, o camisa 10 viu o sonho do hexa sumir pela segunda Copa do Mundo consecutiva.

 

Pontos positivos

Apesar da eliminação e a busca por culpados, o Brasil tem pontos positivos para tirar do Mundial na Rússia. A começar pela dupla de zaga, já que Miranda e Thiago Silva seguraram a “bucha” em um setor que não tinha tanta confiança do torcedor brasileiro. Outro que deu conta do recado foi Fagner, que após a lesão de Danilo, tomou conta da posição. Mesmo sendo infernizado por Hazard nesta sexta-feira, o lateral do Corinthians esteve bem na Copa.

 

Próximo passo

De olho no inédito título de Copa do Mundo, a geração de ouro da Bélgica faz mais um jogo de “final” na Rússia. Os Diabos Vermelhos enfrentam a França, do trio Griezmann, Mbappé e Pogba na terça-feira (10 de julho), às 15h, em São Petersburgo. O outro embate sairá de Russía/Croácia e Inglaterra/Suécia, que se encontram neste sábado (7).

 

Jogos das quartas de final da Copa do Mundo 2018

Sexta-feira, 6 de julho

  • 11:00 – Uruguai 0x2 França – Palpite: França
  • 15:00 – Brasil 1×2 Bélgica – Palpite: Brasil

Sábado, 07 de julho:

  • 11h00: Suécia 0x2 Inglaterra
  • 15h00: Rússia 2×2 Croácia (Pênaltis: 3×4)

 

ATUALIZAÇÃO ANTERIOR: 02/07/2018

Com Neymar e Willian decisivos, Brasil mantém freguesia do México em Copas do Mundo e encontra a Bélgica nas quartas

Seleção Brasileira amplia sequência contra os mexicanos, que nunca venceram ou sequer vazaram defesa brasileira em Mundiais; próximo duelo será contra os Diabos Vermelhos, que se livraram de queda precoce no apagar das luzes 

Por José Neto

O Brasil avançou nesta segunda-feira (2 de julho) às quartas de final da Copa do Mundo da Rússia de 2018 ao superar o México por 2×0 em Samara. Em atuação segura da defesa, que mostrou maturidade ao suportar a pressão inicial mexicana, e atuação decisiva de Neymar e Willian, como analisamos aqui no Ganhador, na prévia da partida, a Seleção Brasileira manteve o tabu diante da seleção El Tri. Eliminados, os mexicanos caem pela sétima edição consecutiva nas oitavas e ainda ampliam o jejum contra o país pentacampeão, que está invicto no duelo latino pelo Mundial, com quatro vitórias e um empate. A próxima decisão canarinho ocorre já na sexta-feira (6 de julho), às 15h (horário de Brasília), no aguardado encontro com a Bélgica, que se livrou do risco da eliminação ao vencer o Japão de virada, com gol no último minuto (3×2).

 

Willian e Neymar resolvem

Apesar da alta expectativa com o quadrado mágico, como abordamos aqui, na abertura da Copa do Mundo, a Seleção Brasileira dependeu demais das ações de Philippe Coutinho e Neymar na primeira fase. Agora, um novo e até então apagado personagem aparece para ajudar esta dupla. Willian, que ao lado de Gabriel era a peça que destoava do ataque brasileiro, “acordou” e fez sua melhor exibição até agora no Mundial. Participativo, foi dele o passe para Neymar abrir o placar aos cinco minutos do segundo tempo. Ele ainda teve chance de ampliar o marcador.

Já o camisa 10, que mais uma vez foi bastante caçado em campo, com seis faltas sofridas, atuou mais solto e criou as principais chances brasileiras. No momento em que o Brasil poderia sofrer a pressão dos mexicanos, já na parte final da partida, Neymar resolveu a parada. Ele arrancou pela ponta esquerda e, na pequena área, chutou rasteiro. O goleiro Ochoa ainda tocou na bola com o pé esquerdo, mas ela passou e Roberto Firmino só teve o trabalho de empurrar a bola para o fundo das redes, decretando a passagem brasileira para a próxima fase.

Solidez defensiva

O Brasil avançou com autoridade para as quartas de final. A equipe teve as principais oportunidades de gol, com 20 chutes, entre os que acertaram o alvo ou que foram bloqueados. O placar até poderia ter sido maior se o goleiro Ochoa não tivesse em tarde inspirada. O arqueiro mexicano foi responsável por pelo menos quatro defesas difíceis.

Mas a passagem para a próxima fase também ocorreu pela solidez defensiva canarinha. A blitz mexicana nos minutos iniciais de jogo até aconteceu, e Guardado e Carlos Vela quase colocaram os El Tri na frente. Mas o setor de Thiago Silva, Miranda, Filipe Luís e Fagner funcionou bem, afastando os cruzamentos. Destaque para o lateral-direito, que travou batalha com Vela durante praticamente todo o primeiro tempo. O jogador do Corinthians até perdeu alguns embates, mas mostrou tranquilidade na maioria das jogadas e provou porque ganhou a posição de Danilo na equipe titular. Já Miranda e Thiago Silva tiveram atuação segura. Após primeira etapa quente, a dupla de zaga foi pouca exigida na etapa complementar, já que os mexicanos não conseguiram repetir a pressão inicial.

 

Ponto negativo: Gabriel Jesus

Tite tem tentado e mostrado até teimosia com suas convicções, mas Gabriel Jesus não tem ajudado. Ao lado de Willian, o atacante brasileiro era a peça do quarteto ofensivo que poderia perder a vaga no time titular. Se o camisa 19 assegurou sua permanência na formação inicial após ótima exibição, o jogador do Manchester City corre sério risco de ir para o banco. Ainda mais com o gol de Roberto Firmino, que mesmo tendo poucos minutos em campo, teve estrela.

Gabriel marcou os adversários, correu muito, mas foi pouco eficiente onde precisa ser: no ataque. Teve chance no primeiro tempo, em chute cruzado, mas foi pouco pelo que é esperado do ex-jogador do Palmeiras.

 

Baixa

Pendurados, Neymar, Philippe Coutinho e Casemiro eram os três jogadores brasileiros que corriam risco de não disputarem as quartas de final caso o país pentacampeão avançasse na Rússia. A principal preocupação era com o camisa 10, que como sabemos, busca o jogo de contato e tem um temperamento no mínimo “curioso”. Mas a peça que estará fora do confronto com os Diabos Vermelhos é o volante do Real Madrid, que recebeu o cartão amarelo por parar um contra-ataque mexicano. Ele deve ser substituído por Fernandinho.

 

Próximo adversário

O Brasil enfrentará a Bélgica no confronto que é o mais aguardado das quartas de final. Mas isso esteve perto de não acontecer. Isso porque os Diabos Vermelhos quase foram eliminados após saírem atrás no placar diante do Japão. O gol no último minuto anotado por Chadli decretou a virada belga e a sobrevivência do país europeu na competição. Agora, o melhor ataque do Mundial com 12 gols fará o embate diante da defesa menos vazada (ao lado do Uruguai), que sofreu apenas um tento no certame.

 

Jogos das oitavas de final da Copa do Mundo 2018

Sábado, 30 de junho

  • 11:00 – Argentina 3×4 França
  • 15:00 – Uruguai 2×1 Portugal

Domingo, 1º de julho

  • 11:00 – Espanha 1×1 Rússia (Pênaltis: 3×4)
  • 15:00 – Croácia 1×1 Dinamarca (Pênaltis: 3×2)

Segunda-feira, 2 de julho

  • 11:00 – Brasil 2×0 México
  • 15:00 – Bélgica 3×2 Japão

Terça-feira, 3 de julho

  • 11:00 – Suécia 1×0 Suíça
  • 15:00 – Colômbia x Inglaterra – Palpite: Colômbia

 

ATUALIZAÇÃO ANTERIOR: 27/06/2018

Grupo E na Copa do Mundo: Brasil faz melhor apresentação na Rússia, elimina a Sérvia e pega o México nas oitavas de final

Apesar de mais um problema médico ter atingido a Seleção Brasileira com a saída de Marcelo, Neymar e companhia evitam vexame e avançam ao mata-mata; Suíça fica no empate com a Costa Rica e assegura vaga na próxima fase 

Por José Neto

Demorou, mas finalmente o Brasil estreou na Copa do Mundo. Não, não foi o primeiro jogo da Seleção Brasileira na Rússia, mas sim a primeira exibição com cara de equipe pentacampeã mundial. Depois de dois jogos sofridos contra a Suíça (1×1) e Costa Rica (2×0), os comandados de Tite entraram bem mais leves em campo nesta quarta-feira (27 de junho), em Moscou, e bateram a Sérvia por 2×0. O resultado deixou a seleção canarinha na ponta isolada do Grupo E com sete pontos, dois a mais que os helvéticos, que também avançaram ao mata-mata. Os suíços chegam às oitavas após um empate de quatro gols (2×2) contra os costarriquenhos.

 

Sérvia 0x2 Brasil

O possível reencontro entre Brasil e Alemanha não irá acontecer. Não pela Seleção Brasileira, que fez o seu dever de casa e garantiu a ponta do Grupo E ao vencer a Sérvia por 2×0. Mas pelo vexame dos atuais campeões mundiais, que sucumbiram para a Coreia do Sul mais cedo, por 2×0, e foram eliminados da competição.

Tendo influência ou não, Neymar, Gabriel Jesus, Philippe Coutinho e companhia estavam bem mais tranquilos. É verdade que a dura vitória sobre a Costa Rica na segunda rodada tirou “um peso das costas” dos brasileiros, mas o fato de não enfrentar a poderosa Alemanha, responsável pelo 7×1 há quatro anos, pode ter contribuído para o jogo contra os Balcãs.

Fato é que a Seleção teve uma outra atitude diante dos sérvios, com o quadrado mágico brasileiro mais próximo e buscando o jogo. No entanto, mais uma vez, o Brasil chegou ao gol através de Philippe Coutinho, principal nome do país nesta primeira fase. Com passe açucarado, ele deixou Paulinho, que no seu melhor estilo, surpreendeu a defesa europeia e apareceu na “cara” do gol, encobrindo o goleiro Stojkovic e abrindo o marcador. Antes disso, Marcelo havia aumentado os problemas de Tite ao sair machucado. Se serve como alento, Filipe Luis deu conta do recado e surge como boa opção para o duelo contra o El Tri.

O segundo tempo apareceu e a Seleção resolveu atrair os sérvios no campo de defesa. Esta estratégia quase custou o empate, já que o grandalhão Mitrovic fez Alisson trabalhar após uma cabeçada perigosa na pequena área. Perdendo força no meio de campo, o técnico brazuca colocou Fernandinho. A substituição funcionou, com o Brasil trocando mais passes.

Mas o segundo gol canarinho veio de uma arma adversária que era bem temida: a bola parada. Em escanteio, Neymar cobrou no primeiro pau e Thiago Silva ampliou o placar, decretando a passagem brasileira para o mata-mata. Chamando o jogo, o camisa 10 ainda teve outras duas oportunidades, mas hora chutou para fora ou hora foi parado pelo arqueiro sérvio.

Agora, é hora de pensar no México, um dos poucos adversários que causaram prejuízo ao país pentacampeão, como as finais da Copa Ouro em 1996 e 2003, Copa das Confederações de 1999, a final olímpica de 2012, em Londres. A partida ocorre na segunda-feira (2 de julho), às 11h. Abre o olho, Tite! Aos Balcãs, o terceiro lugar na chave com três pontos e a sensação de que por pouco não alcançaram pela primeira vez as oitavas desde o desmembramento da Iugoslávia.

Suíça 2×2 Costa Rica

Dependendo de um empate para avançar às oitavas da Copa do Mundo, a Suíça teve muito mais trabalho do que o esperado com já eliminada a Costa Rica. Sem qualquer preocupação, os Ticos se lançaram ao ataque e só não chegaram ao gol na primeira etapa porque o goleiro suíço Sommer estava bastante inspirado.

Após superar a blitz costarriquenha, que teve direto a bola no travessão de Colindres, a equipe europeia fez a condição de favorita valer, marcando com Dzemaili. Depois de muitas tentativas, a Costa Rica finalmente marcou o seu primeiro gol na Rússia com Waston, já no segundo tempo.

O empate já era o suficiente aos suíços, que em meio a vitória do Brasil, garantiam a vice-liderança com os cinco pontos na tabela. Mas isso não foi problema para Drmic colocar os helvéticos novamente à frente. Mas a boa partida dos Ticos não foi em vão, já que um pênalti polêmico assegurou o ponto solitário da equipe no Mundial. Mesmo sendo derrubado fora da área, Campbell teve o pênalti anotado pelo árbitro Clement Turpin. Na cobrança, Bryan Ruíz acertou o travessão, mas a bola voltou nas costas de Sommer e retornou ao gol. Triste fim de jogo para o arqueiro, que foi o destaque do embate.

Apesar disso, a Suíça continua na Copa do Mundo e enfrenta a Suécia nas oitavas. O jogo acontece na próxima terça-feira (3 de julho), às 11h. Aos costarriquenhos, fim de linha e do sonho de alcançar o mata-mata pela segunda vez consecutiva.

Jogos da 3ª rodada do Grupo E da Copa do Mundo 2018

Quarta-feira, 27 de junho

  • 15:00 – Sérvia 0x2 Brasil – Palpite: Brasil
  • 15:00 – Suíça 2×2 Costa Rica – Palpite: Suíça

ATUALIZAÇÃO ANTERIOR: 23/06/2018

Grupo E tem vitória dramática do Brasil e a primeira virada da Copa com Suíça

Vitória nos acréscimos sobre a Costa Rica traz alívio ao Brasil, que lidera a chave e depende de apenas um empate para avançar ao mata-mata; de virada, Suíça bate a Sérvia e também se aproxima das oitavas

Por José Neto

Uma sexta-feira (22 de junho) eletrizante! É tudo o que podemos dizer do Grupo E da Copa do Mundo, que teve os dois embates – Brasil x Costa Rica e Sérvia x Suíça – sendo decididos no apagar das luzes. Apesar de ter tido mais uma atuação abaixo do esperado, a Seleção Brasileira superou o paredão costarriquenho e, na base da pressão, já nos acréscimos, alcançou a primeira vitória na Rússia com gols de Philippe Coutinho e Neymar. O resultado coloca a equipe de Tite na ponta da chave a uma rodada do fim, já que a então primeira colocada Sérvia caiu para o terceiro lugar ao não resistir a Shaqiri e a Suíça, que, de virada – a primeira ocorrida no Mundial deste ano -, venceram os rivais europeus e embolaram o grupo com os mesmos pontos da Seleção Brasileira.

 

Brasil: angústia, vitória e alívio

Seguindo o roteiro das principais seleções deste Mundial, que vêm sofrendo para vencerem seus jogos, o Brasil mostrou mais uma vez que precisará evoluir – e muito – se quiser alcançar o hexacampeonato. Mas o placar de 2×0 sobre a Costa Rica e o choro de alívio de Neymar ao final da partida podem servir como ponto de partida para equipe canarinha ganhar confiança na competição.

Após empate frustrante com a Suíça, a Seleção Brasileira sabia que era vencer ou vencer os Ticos, então adversários mais fracos da chave e eternos fregueses – nove vitórias do Brasil em dez jogos. Mas o time canarinho esbarrou novamente em uma má atuação coletiva, que só foi salva nos acréscimos (mais precisamente aos 46 e 53 minutos).

Referência da equipe, Neymar teve mais uma partida apagada. Nervoso, errou passes, tomou cartão amarelo e até tentou ludibriar o árbitro Bjorn Kuipers, que após ter anotado pênalti no camisa 10 em um “puxão” de González, voltou atrás com o VAR. O craque do PSG ainda perdeu um raro gol frente a frente com Navas, mas tirou um “caminhão das costas” ao completar o passe açucarado de Douglas Costa no segundo gol. Mas antes, a Seleção foi premiada por tanto insistir com Philippe Coutinho, o principal destaque brasileiro nestes primeiros jogos. Ele foi o responsável por abrir o marcador em assistência de Gabriel Jesus para alívio dos tupiniquins presentes em São Petersburgo e em todo o Brasil.

O resultado não só rendeu o primeiro triunfo ao Brasil na Rússia, que depende de uma igualdade para avançar – pode ser primeiro ou segundo colocado dependendo do resultado entre Suíça e Costa Rica – , como eliminou os costarriquenhos. Mesmo com muita catimba, o time caribenho resistiu bravamente enquanto pôde. A equipe liderada por Bryan Ruiz até teve a chance de abrir o placar no primeiro tempo, mas Borges desperdiçou. Depois, os Ticos olharam a uma exibição magnífica de Navas.

 

Suíça: embalada

O jogo de abertura contra o Brasil provou que a Suíça seria aquele adversário “osso duro de roer”. E isso ficou claro ontem, quando os helvéticos enfrentaram de igual para igual o jogo físico da Sérvia. E, mesmo perdendo, souberam manter a tranquilidade, melhorar a posse de bola e pressionar os rivais na segunda etapa. O possível revés começou a mudar de figura quando Granit Xhaka acertou um petardo de fora da área. Apostando na velocidade, os suíços foram premiados com o gol da virada aos 44 minutos, em lançamento do próprio jogador do Arsenal. Ele deu passe profundo para Shaqiri, que avançou até área para decretar a vitória helvética por 2×1.

Com o placar, os suíços estão muito próximos de uma vaga nas oitavas. Empatado com a Seleção Brasileira na ponta da chave com quatro pontos – perde no saldo de gols – , a equipe europeia depende das próprias forças contra a Costa Rica.

 

Sérvia: no páreo

Depois de vencer a Costa Rica na estreia e liderar de forma surpreendente o Grupo E, a Sérvia tinha o duelo europeu contra a Suíça para confirmar uma vaga no mata-mata pela primeira vez na história como nação independente. Os sérvios até começaram bem, com o forte atacante Aleksandar Mitrovic abrindo o placar e atormentando a defesa rival. Porém, a força física dos Balcãs não foi suficiente para parar os helvéticos, que igualaram o jogo no segundo tempo.

O gol da derrota sofrido no fim do jogo foi um golpe no time dirigido por Mladen Krstajic, que agora precisará vencer o Brasil para não depender de uma combinação de resultados. A Sérvia, terceira colocada com três pontos, pode avançar caso vença a Seleção Brasileira ou mesmo empate, mas desde que os suíços percam para a já eliminada Costa Rica por dois gols de diferença.

Jogos do Grupo E da Copa do Mundo 2018

Domingo, 17 de junho

  • 09:00 – Costa Rica 0x1 Sérvia – Palpite: Sérvia
  • 15:00 – Brasil 1×1 Suíça – Palpite: Brasil

Sexta-feira, 22 de junho

  • 09:00 – Brasil 2×0 Costa Rica – Palpite: Brasil
  • 15:00 – Sérvia 1×2 Suíça – Palpite: Suíça

Quarta-feira, 27 de junho

  • 15:00 – Sérvia x Brasil – Palpite: Brasil
  • 15:00 – Suíça x Costa Rica – Palpite: Suíça

 

ATUALIZAÇÃO ANTERIOR: 18/06/2018

Com reclamação sobre juiz, Brasil não empolga e empata com a Suíça na estreia da Copa do Mundo

 Desempenho da Seleção Brasileira fica aquém na abertura do Grupo E; com golaço de falta, Sérvia bate Costa Rica por 1×0 e comanda a chave

Por José Neto

Cercada de grande expectativa por conta da ótima fase de Tite à frente da equipe e pelo resgate do quadrado mágico, como abordamos por aqui no Ganhador na semana passada, a Seleção Brasileira frustrou a todos nós brasileiros e não passou de 1×1 com a Suíça na estreia na Copa do Mundo de 2018. A reclamação pela possível falta no zagueiro Miranda no gol de empate dos helvéticos ou então do pênalti não marcado em Gabriel Jesus não apagam a má exibição da seleção pentacampeã mundial, que saiu devendo – e muito – de campo. Já no outro embate do Grupo E, a Sérvia fez o que se esperava e bateu a Costa Rica por 1×0. Confira o resumo da primeira rodada!

 

Frustração e empate

Seja pela pressão de uma estreia em Copa do Mundo ou por enfrentar um adversário bem postado defensivamente, o Brasil que entrou em campo na tarde de ontem esteve bem aquém daquela equipe que nos acostumamos a ver no último ano e que perdeu apenas uma única vez nos últimos 14 jogos. A intensidade dos titulares dirigidos por Tite não foi repetida como nas partidas anteriores e o que vimos foi uma série de decisões tomadas de forma errada, que consequentemente resultaram em um frustrante 1×1.

Com lampejos de bom futebol, a Seleção teve como principal destaque Philippe Coutinho. Não só pelo golaço de fora da área “a lá tempos de Liverpool”, mas porque buscou o jogo pelo lado esquerdo e proporcionou as melhores chances para a camisa verde e amarela.

Por outro lado, Willian e Gabriel Jesus tiveram atuação apagada. Este último “acordou” para o jogo quando Roberto Firmino se preparava para entrar na segunda etapa. Por falar nele, o substituto do camisa 9 quase foi às redes em duas oportunidades de gol.

Quem também chamou à atenção por uma tarde pouca inspirada foi Neymar. Caçado em campo com 10 faltas sofridas, a maior quantidade em jogos desde o Mundial de 1998, o camisa 10 se mexeu, buscou o jogo e até tentou organizar a Seleção. Porém, sua falta de ritmo era visível e passou a prender demais a bola a partir do gol suíço.

Frustração (é, de novo)

Apesar da má atuação conjunta da equipe, o Brasil poderia ter saído com a vitória se o árbitro mexicano César Ramos tivesse anotado falta em Miranda no gol de Zuber, que empurrou o zagueiro brazuca segundos antes de cabecear a bola para o gol em um cruzamento de escanteio. Ou então, se o pênalti em Gabriel Jesus fosse anotado. Nas duas ocasiões, o VAR – recurso tecnológico para analisar as jogadas – não foi utilizado.

 

Sérvia na ponta

Quem diria que em uma chave que o poderoso Brasil é favorito quem lidera é a Sérvia?! Os primeiros três pontos dos europeus na Copa do Mundo de 2018 vieram com a vitória sobre a Costa Rica por 1×0. A equipe dirigida por Mladen Krstajic controlou praticamente o jogo inteiro e criou as melhores chances.

Se estava difícil furar o bloqueio caribenho com a bola rolando, o gol veio em cobrança de falta. O lateral-esquerdo Kolarov venceu o goleiro Keylor Navas, que ainda evitou um placar maior em Samara, ao ter uma batida perfeita aos 11 minutos da etapa final. O gol foi o suficiente para os sérvios alcançarem o primeiro triunfo em Mundiais desde a vitória sobre a Alemanha em 2010.

Do outro lado, o revés costarriquenho apenas comprovou a já esperada fraca campanha que a equipe deve fazer nesta edição. Apesar da esperança em repetir as atuações de quatro anos atrás, quando atingiu à inédita fase de quartas de final, a equipe da América Central conta com uma seleção envelhecida e que suas estrelas, como Bryan Ruiz e Campbell, já não são os mesmos.

 

Como fica

Apesar de a Sérvia liderar a chave após a primeira rodada, a Seleção Brasileira continua sendo favorita para alcançar a ponta uma vez que ainda tem o confronto direto com os europeus. Mas este favoritismo brasileiro no Grupo E será agora acompanhado de pressão pelo 1×1 com a Suíça. Vencer – e bem – a Costa Rica nesta sexta-feira (22) é obrigação para Tite e companhia. Já os líderes podem praticamente carimbar a classificação para as oitavas se superarem a Suíça no duelo europeu.

Jogos da 1ª rodada do Grupo E da Copa do Mundo 2018

Domingo, 17 de junho

  • 09:00 – Costa Rica 0x1 Sérvia – Palpite: Sérvia
  • 15:00 – Brasil 1×1 Suíça – Palpite: Brasil

 

ATUALIZAÇÃO ANTERIOR: 01/12/2018

Sob o comando de Tite, Brasil recupera o bom futebol e chega para a Copa do Mundo como uma das equipes favoritas ao título.

Por Flávio Soares

Depois de uma campanha medíocre em quase todo o primeiro turno das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo da Rússia sob o comando de Dunga – em sua segunda passagem pelo comando da seleção nacional –, mudanças foram feitas e Tite – que deveria ter substituído Felipão imediatamente após o final da Copa de 2014 – assumiu a equipe e com uma inesperada arrancada, conquistou o primeiro lugar na fase eliminatória e agora, cabeça de chave, chegará à Rússia cheio de moral para medir forças com Suíça, Costa Rica e Sérvia, seus adversários no Grupo E.

 

Brasil

A sexta colocação no primeiro turno das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo – além do péssimo futebol apresentado – custou a Dunga, capitão do tetra em 1994, seu emprego de treinador do time nacional. Chamado para “segurar o rojão”, Tite tinha 12 jogos pela frente para, pelo menos, colocar o Brasil na repescagem. Fez mais que isso.

Foi uma campanha invicta a partir da chegada dele: 10 vitórias e 2 empates que deram ao Brasil o primeiro lugar na classificação e mostraram ao mundo que, apesar de tudo que aconteceu em 2014, o futebol brasileiro ainda estava vivo.

O novo técnico apostou em jogadores como Paulinho, Renato Augusto, Daniel Alves e Miranda para serem a espinha dorsal de sua seleção. Com eles em campo, o bom futebol de Neymar, Coutinho e William com a amarelinha voltou a aparecer e Gabriel Jesus se firmou como o centro-avante que a seleção tanto precisava.

Jogando de forma moderna, compactada, com triangulações e em alta intensidade, a seleção brasileira recuperou o prestígio perdido e hoje, ao lado de Alemanha e França, é a grande favorita para a conquista do título.

 

Suíça

Com 90% de aproveitamento na fase de grupos das Eliminatórias Européias, foi por muito pouco que a Suíça não chegou à Copa do Mundo como cabeça de chave – após uma campanha quase perfeita que teve 9 vitórias e apenas 1 empate. A derrota para Portugal na última rodada do Grupo B, levou os suíços para a repescagem contra a Irlanda do Norte e a uma classificação no sufoco – vitória por 1 a 0 (pênalti) no jogo de ida e empate sem gols no de volta.

Sob o comando do técnico Vladmir Petkovic, mudou seu tradicional estilo de jogo (ferrolho e contra-ataque) e passou a jogar mais com a bola nos pés, aproveitando-se mais do talento de seus jogadores campeões do Mundial Sub-17 em 2009 – como o lateral Ricardo Rodríguez, do Milan, o meia Xhaka, do Arsenal, e o atacante Seferovic, do Benfica – além de se utilizar da experiência de “veteranos”, como o lateral Lichtsteiner, da Juventus, e o zagueiro Djourou, ex-Arsenal.

Apostando muito no talendo do meia Xherdan Shaqiri, do Stoke City – “bola de segurança” da equipe e capaz de decidir a partida em uma jogada –, os helvéticos chegam à Copa do Mundo com potencial para complicar a vida do Brasil no Grupo E.

 

Costa Rica

Supresa no Brasil em 2014, a Costa Rica chegará à Rússia envelhecida e sem novidades. Nomes como o goleiro Keylor Navas (Real Madrid) e do meia Bryan Ruiz (Sporting) já são mais conhecidos do mundo.

Para chegar a sua quinta Copa do Mundo consecutiva, a Costa Rica do técnico Óscar Ramírez cumpriu seu papel de favorita – ao lado de Estados Unidos e México – e conquistou sua vaga. Mas sem brilho: em 10 jogos, foram apenas 4 vitórias, além de tropeços diante de Panamá e Honduras que poderiam te custado muito caro.

A equipe vem de uma série de 5 jogos sem vitórias – e sofreu uma goleada de 5 a 0 contra a Espanha. Apesar da grande campanha na Copa de 2014 – quando foi eliminada apenas nas quartas de final, contra a Holanda nos pênaltis, não empolga para 2018 – mesmo tendo sido semifinalista da Copa Ouro em 2017.

Com um time experiente – mas muito velho – chega como a grande zebra do grupo e com poucas chances de ir além da primeira fase.

 

Sérvia

Os sérvios não se classificaram para a Copa do Mundo de 2014 e também ficaram de fora da última Eurocopa – conquistada por Portugal. Nesse meio tempo foram campeões do Mundial sub-20 derrotando o Brasil em 2015. A classificação para a Copa do Mundo da Rússia é um retorno da seleção aos principais torneios. Mas não foi exatamente um “passeio”.

Com uma campanha equilibrada – mas que não empolgou ninguém – a Sérvia se classificou em primeiro lugar no Grupo D, que contava também com as seleções de País de Gales, Áustria, Irlanda, Moldávia e Geórgia, obtendo 6 vitórias, 3 empates e 1 derrota.

Com a classificação garantida para a Copa do Mundo, o técnico Slavoljub Muslin deu lugar a Mladen Krstajic que trocou o cauteloso 3-6-1 (que virava um 3-4-3) pelo ofensivo 4-5-1 dando mais chances a jovens como Milinkovic-Savic, da Lazio e que foi destaque no título em 2015.

Liderada pelo meia Nemanja Matic (Chelsea), a Sérvia retorna a uma Copa do Mundo oito anos depois de sua última participação (2010) disposta a apagar a má-impressão daquela ocasião, quando não passou da fase de grupos.

 

Quem avança

Difícil acreditar que o Brasil não se classifique no grupo. As chances de não conquistar o primeiro lugar são pequenas. O problema, para o Brasil, começa a partir da segunda fase, quando, em teoria, enfrentará equipes mais qualificadas (o calendário apertado deu a Tite poucas oportunidades para colocar a seleção brasileira frente a frente aos grandes europeus e isso pode pesar negativamente durante a Copa).

Para a segunda vaga do grupo, Sérvia e Suíça devem “se matar” para seguir adiante – com ligeira vantagem para a Suíça, que chegará à Rússia um pouco mais “organizada”. A Costa Rica deve ser o fiel da balança do grupo. Navas não será o bastante para manter o time vivo na Copa e quem perder pontos para os costarriquenhos poderá ver a sua classificação escorrer pelo ralo.

 

Continuando

Amanhã daremos continuidade a nossa série de artigos sobre a Copa do Mundo, analisando o Grupo F formado por Alemanha, México, Suécia e Coreia do Sul.

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