Copinha

Flamengo vence o São Paulo no Pacaembu e conquista pela quarta vez o título da Copa São Paulo

Flamengo campeão da Copinha 2018
Foto: Staff Images / Flamengo

Cariocas saíram na frente logo aos dois minutos de jogo, e administraram a vantagem para levar o caneco para a Gávea.

No dia do 464º aniversário da capital paulista, o Flamengo conquistou seu quarto título da Copa São Paulo com uma vitória por 1×0 sobre o São Paulo. Foi a segunda conquista rubro-negra em um espaço de apenas três anos, o que coloca o time carioca como terceiro maior vencedor da competição, juntamente com o Internacional. Uma das grandes potências da categoria Sub-20 no futebol brasileiro, o São Paulo esperava voltar a ser campeão da Copinha após oito anos de jejum, mas terá que esperar pelo menos mais uma temporada.

 

Gol no início muda estratégia flamenguista

O Flamengo que entrou em campo nesta quinta-feira para a decisão da Copa São Paulo foi um pouco diferente daquele ao qual os torcedores estavam acostumados, e atuou de uma forma que contraria o próprio DNA do clube. Isto porque Wendel colocou o time na frente logo aos dois minutos de jogo, e tendo do outro lado uma das melhores equipes da competição, que além de tudo contava com o apoio do torcedor, presente em grande número ao Pacaembu, a estratégia dos cariocas foi tentar segurar o placar.

O resultado desta postura, naturalmente, foi um teste para o coração de qualquer torcedor rubro-negro. O São Paulo passou a tomar a iniciativa, e criou pelo menos quatro chances reais de gol antes do intervalo. O Flamengo respondia em raríssimos contra-ataques, mas não chegava a efetivamente oferecer perigo ao gol defendido por Júnio.

A postura do time carioca não agradou o autor do gol, que deixou o campo reclamando ao final do primeiro tempo: “Precisamos consertar. Viemos para vir para cima, não para ficar lá atrás. Vamos escutar o que o professor tem para falar e voltar concentrado”, pontuou Wendel.

Os apelos do atacante não surtiram qualquer efeito, e se no primeiro tempo tivemos um São Paulo mais incisivo, o que se viu na etapa complementar foi um duelo de ataque contra defesa. O Tricolor dava a impressão de que chegaria ao gol de empate a qualquer momento, foram inúmeros lances de perigo, especialmente com Toró e Gabriel, mas o goleiro Yago não estava disposto a facilitar a vida dos paulistas, e foi o grande nome flamenguista no jogo.

O time são-paulino demonstrou uma louvável maturidade nos minutos finais da decisão, não perdeu a cabeça em nenhum momento, e nem se desorganizou em campo. Até o apito final, manteve seu padrão de jogo, e não obteve um resultado mais favorável por mero detalhe.

Porém, em um embate entre duas equipes que fizeram excelentes campanhas ao longo do torneio, o título acabou ficando em boas mãos.

 

Um dos melhores do país na categoria, São Paulo chega a oito anos de jejum

Campeão da Copinha em 1993, 2000 e 2010, o São Paulo é um dos clubes brasileiros mais bem sucedidos nas categorias de base nos últimos anos. Recentemente, seu time Sub-20 conquistou uma Libertadores, uma Copa do Brasil, um Campeonato Paulista, duas Copas-RS e duas Copas Ouro. Em função deste retrospecto, entrou na disputa da Copa São Paulo como um dos principais favoritos, e confirmou as expectativas avançando até a final.

O Tricolor foi a grande sensação da primeira fase, balançou as redes 13 vezes nas partidas contra Cruzeiro-DF, Sergipe e Botafogo-SP, e se classificou em primeiro lugar no Grupo 10. Quando a competição entrou na fase de mata-mata, os paulistas passaram a vencer de forma mais apertada, mas um a um, foram superando todos os adversários.

Entre suas vítimas estiveram a Chapecoense (2×0), o Botafogo-SP (1×0), o Cruzeiro (1×0), e dois dos times que apresentaram futebol mais vistoso na competição, Vitória e Internacional. Os baianos chegaram a ficar à frente no placar em duas oportunidades, mas Toró colocou tudo em pratos limpos na segunda etapa, marcou dois gols, e levou a decisão para os pênaltis, onde o São Paulo levou a melhor por 4×3. O duelo contra o Internacional precisou de dois dias para ter um desfecho. Uma forte chuva interrompeu a partida quando o placar apontava um empate em 1×1. O resultado se manteve quando os times voltaram a campo no dia seguinte, e o Colorado, que vinha de três goleadas consecutivas, também esbarrou nas cobranças de penalidades. No fim das contas, o Tricolor venceu por 6×5.

 

Time campeão teve altos e baixos, mas honrou tradições Rubro-Negras

O Flamengo teve sua campanha prejudicada pelo vai e vem dos principais jogadores do elenco, que tiveram que se desdobrar entre os compromissos pela Copinha e as partidas em que foram escalados por Paulo César Carpegiani para disputar o Campeonato Carioca com o time profissional.

Com tantas idas e vindas, o Urubu apresentou rendimento um tanto quanto irregular na competição, alternando grandes partidas e atuações sonolentas. A estreia diante do Ji-Paraná foi arrasadora, e os cariocas deixaram o campo com uma goleada por 6×0. No jogo seguinte, porém, empataram em 1×1 com o Aimoré, em uma noite de pouca inspiração. O futebol apresentado no embate contra o Oeste também não chegou a entusiasmar, mas o time marcou dois gols de pênalti para vencer por 2×0.

Na abertura da fase de mata-mata, mais uma grande atuação culminou com uma goleada por 5×0 sobre o Elosport, o que levou o Mengão ao sofrido embate contra o Coritiba, decidido apenas no segundo tempo, graças a um gol único de Bernardo. Vieram as oitavas-de-final, e mais uma vitória pela contagem mínima, desta vez sobre o Audax. O Urubu penava, mas deixava todos os adversários para trás.

A expectativa por uma reedição da final de 2016 contra o Corinthians não se concretizou. O Avaí surpreendeu ao eliminar os decacampeões, e foi o adversário flamenguista nas quartas-de-final. O resultado foi um novo 1×0, desta vez com um gol de Vitor Gabriel, que viajou ao rio para enfrentar o Volta Redonda pelo Campeonato Carioca e retornou a tempo de colocar seu time na semifinal.

No último degrau antes da finalíssima, o oponente mais uma vez não foi o esperado. A Portuguesa superou o favorito, Palmeiras, e seguiu viva na briga pelo tricampeonato da Copinha. Confirmando meu palpite na véspera da partida, o Flamengo foi buscar mais uma vitória, desta vez por 3×2, depois de começar atrás no placar.

Com o triunfo sobe o São Paulo na decisão, o time de Gávea encerrou sua participação no torneio de forma invicta.