Troféu Joan Gamper

Barcelona x Boca Juniors, Troféu Joan Gamper: o que esperar do encontro de desafetos Messi x Tevez?

Lionel Messi do Barcelona
Foto: Vladimir Rys Photography via Getty Images

Os desentendimentos entre os dois começaram na Copa América disputada na própria Argentina há sete anos – desde então, foram poucos os encontros

É amistoso, mas para o Boca Juniors, acostumado aos holofotes argentinos, vale como um torneio oficial. Afinal, não é sempre que um clube da América do Sul é convidado para o tradicional Troféu Joan Gamper, realizado sempre no Camp Nou e sempre com o Barcelona chamando um adversário das mais diferentes localidades do planeta. A disputa ocorre desde 1966, e o oponente catalão no ano passado foi um representante do futebol brasileiro – a Chapecoense, ainda em reconstrução depois da tragédia em 2016. As equipes da argentina não disputam este confronto desde 2008, quando o Barça venceu o próprio Boca por 2×1.

Desta vez, quem quiser acompanhar o choque de estilos, com ênfase para o duelo entre Lionel Messi e Carlitos Tevez, terá um horário dos mais tranquilos para ver a partida, que começa às 13h15 (de Brasília) desta quarta-feira (15).

E de onde vem a rixa?

Tevez (hoje com 34 anos) e Messi (31) começaram a dividir a seleção principal argentina em 2005, e jogaram juntos as Copas de 2006 e 2010, quando a azul e branca perdeu nas quartas de final para a Alemanha. O conflito entre os dois ocorreu um pouco mais tarde, em 2011, quando a Argentina sediou a Copa América e acreditou firmemente nas suas chances de ganhar.

O salto alto foi tamanho que Tevez se apresentou para a competição com quase dez quilos a mais. E como se o desleixo com o físico fosse pouco, ele começou a arrumar problemas com todos os colegas, com o então treinador Sergio Batista e com o presidente da AFA na ocasião, Julio Grondona. Resultado: Carlitos foi afastado da seleção e só retornou de verdade em 2015, perdendo no meio do caminho uma Copa do Mundo, realizada no Brasil, quando ele estava vivendo talvez o seu ápice, na Juventus.

Todos os jornalistas que cobrem a seleção argentina com frequência garantem que a não-convocação de Tevez para aquela Copa ocorreu por um veto de Messi, algo que o técnico de então, Alejandro Sabella, sempre assumiu como uma decisão própria e sem a influência dos jogadores.

Tudo em paz, agora

Como é um torneio festivo e repleto de ações comerciais e de caridade, Messi e Tevez têm dado declarações pacíficas e sem trazer para o presente os momentos complicados vividos no passado. “Eu o conheço há muito tempo e estou feliz em revê-lo”, despistou Tevez, que deve começar no banco de reservas. “Tenho uma relação de muitos anos com Carlos e será ótimo dividir o campo com ele”, assegurou Messi. Nada mais formal.

Neste meio de gentilezas, é bem provável que o Boca mostre suas garras e resolva jogar com a sua característica de sempre, que é um estilo de raça e força. O atual elenco do Boca é um dos melhores da história recente do clube, com praticamente dois times e meio – um titular e um reserva – de bons jogadores.

Caso seja respeitada a formação que vem atuando na Libertadores e no recém-iniciado Campeonato Argentino, o Boca vai a campo com os seguintes titulares: Andrada; Jara, Goltz, Magallán e Más; Barrios, Pablo Pérez, Pavón, Cardona e Zárate; Wanchope Ábila seria o único atacante de ofício, com Tevez no banco.

Barça demonstra confiança em Arthur

O ex-gremista mal chegou e já virou titular no gigante catalão. Na decisão da Supercopa Espanhola, disputada no último final de semana contra o Sevilla e vencida pelo Barça por 2×1, ele saiu jogando e depois cedeu lugar a Philippe Coutinho na metade do segundo tempo.

É bem provável que o Barcelona entre em campo contra o Boca usando a mesma equipe que levou a campo na decisão. O time treinado por Ernesto Valverde teria, então: Ter Stegen, Semedo, Piqué, Lenglet e Alba; Busquets, Arthur e Rafinha; Dembélé, Suárez e Messi. Jogadores badalados como Rakitic, Philippe Coutinho, Umtiti e Arturo Vidal devem começar no banco.

Messi é sempre uma atração à parte quando enfrenta equipes argentinas, e ele não costuma deixar a ocasião passar em branco. Na final do Mundial de 2009, contra o Estudiantes, foi dele o gol do 2×1 e do título para o clube na ocasião.

Em 2015, de novo na decisão do Mundial, contra o River Plate, Messi voltou a fazer um gol – depois de parar a bola no braço. Na ocasião, ele pediu desculpas para a torcida do gigante de Núñez. Fã mais do que confesso de Pablo Aimar, Messi torcia para o River quando criança.

Será que ele vai levar isso em consideração contra o Boca nesta quarta?

Jogo do Troféu Joan Gamper

Quarta-feira, 15 de agosto
  • 13:15 – Barcelona x Boca Juniors – Palpite: Barcelona