Copa Libertadores

Vasco recebe o Jorge Wilstermann em busca da vantagem no duelo de volta; vejam nossos palpites para os jogos de ida da 3ª fase da Libertadores

Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br

Embalado por uma série de três vitórias seguidas, o Vasco recebe o Jorge Wilstermann em São Januário mirando a fase de grupos da Copa Libertadores.

Contrariando todas as expectativas, o limitado time do Vasco da Gama, vem conseguindo manter-se alheio à bagunça política do clube – que parece, finalmente, começar a se organizar –, e ao melhor “estilo Zé Ricardo”, apostando no talento de jovens promessas, se mostra uma equipe difícil de ser batida. Embora não tenha conseguido chegar muito longe no primeiro turno do Campeonato Carioca, o Cruzmaltino vem fazendo bonito na Copa Libertadores da América 2018 e com duas vitórias incontestáveis pra cima do fraco – e desconhecido – Universidad de Concepción (um total de 6 a 0 no placar agregado) chega para o duelo de hoje contra os bolivianos do Jorge Wilstermann com chances reais de fazer um bom resultado e engatilhar sua passagem à fase de grupos da competição – feito muito acima de tudo que se esperava do time de São Januário no início desta temporada.

 

O “fator Zé Ricardo”

Zé Ricardo chegou ao Vasco com o Brasileirão em andamento na temporada passada cercado de desconfianças. Recém-demitido do Flamengo, o técnico tinha uma forte ligação com o rubro-negro – único time profissional que havia treinado até então – e precisava mostrar serviço em São Januário. E mostrou. Sob seu comando, o Cruzmaltino encontrou sua estabilidade defensiva e parou de perder tantos jogos – acumulou muitos empates, é verdade, mas as derrotas diminuíram consideravelmente. E foi assim, com esta estabilidade que o time que chegou a flertar com mais um rebaixamento se classificou para a fase que nós, brasileiros, chamamos de “pré-Libertadores”.

No primeiro teste internacional com seu jovem (e remendado) grupo, Zé Ricardo comandou o Vasco em uma sonora goleada por 4 a 0 pra cima do Universidad de Concepción, no Chile. Semana passada, sem sustos, o Gigante da Colina confirmou sua classificação à 3ª fase vencendo o time chileno por 2 a 0. Mas a vitória teve seu custo: Erazo, em um lance bobo, foi expulso e está fora do duelo de hoje. Paulão entra em seu lugar no miolo de zaga.

Com a alteração, o Vasco deverá ir a campo com a seguinte formação: Martín Silva; Pikachu, Paulão, Ricardo e Henrique; Desábato, Wellington e Evander; Wagner, Andrés Ríos e Paulinho.

 

O perigoso Jorge Wilstermann

O time do Jorge Wilstermann precisou suar a camisa para chegar até aqui na Libertadores. Enfrentando o também boliviano Oriente Petrolero pela 2ª fase da competição, conquistou uma vitória por 2 a 1 fora de casa e se classificou empatando por 2 a 2 em seus domínios, no estádio Olímpico Pátria, sem apresentar um grande futebol. Não que isso seja motivo para não levar o time boliviano à sério. Como bem lembrou Zé Ricardo, este foi o time que, além de manter a base da temporada anterior, eliminou o Atlético-MG na Copa Libertadores do ano passado.

A equipe também conta com o talento do meia brasileiro (naturalizado boliviano) Serginho que, como bem disse o jornalista boliviano Henry Paúl Ugarte, do jornal El Deber, ao Globo Esporte, “está acima do resto do time e suas características para o jogo são um aspecto fundamental”. Além disso, o zagueiro Alex Silva (também brasileiro) e o meia argentino Cristian Chávez – ex-Boca – completam o tripé que mantém o jovem e rápido time do Jorge Wilstermann funcionando (mesmo quando não joga bem).

Zé Ricardo sabe da importância da vitória e, mais ainda, da importância de não tomar gol em casa por conta do “gol qualificado” vigente na Libertadores. Uma vitória simples em São Januário pode dar a tranquilidade necessária para o Vasco decidir com calma no jogo de volta, na próxima semana, na altitude de Sucre, a 2.800m do nível do mar.

 

Palpite para Vasco x Jorge Wilstermann

O técnico Zé Ricardo é um estudioso. Vem estudando o time do Jorge Wilstermann desde a semana passada e sabe o que vai enfrentar em São Januário – assim como sabe também que o nome do time é uma homenagem ao primeiro aviador boliviano (não que isso vá ajudar em campo, mas ele sabe). O Vasco – ainda sem contar com Giovanni Augusto (emprestado pelo Corinthians) – não tem um grande time ou um elenco de causar medo, mas seus jovens e abusados jogadores têm dado conta do recado. Enfrentarão hoje um time mais qualificado que o Universidad de Concepción é verdade, mas têm totais condições de fazer um bom jogo em São Januário e construir uma vantagem, mesmo que mínima, no placar que lhe permitirá jogar “com o regulamento embaixo do braço” semana que vem na Bolívia.

 

Outros jogos de ida da 3ª fase da Copa Libertadores

Banfield x Nacional (URU) – quarta-feira, 14 – 20:00

Após eliminar a Chapecoense com duas vitórias por 1 a 0, o Nacional encara o Banfield fora de casa com a mesma estratégia usada contra a equipe brasileira: bem postado na defesa e pronto para um contra-ataque que definirá a partida. O Banfield, por sua vez, embora saiba que partir para o ataque é uma péssima estratégia, entende que precisa conquistar uma vantagem em casa – se possível sem sofrer nenhum gol –, para melhorar suas chances no jogo de volta, no Uruguai. Mas, pelo que os dois times fizeram até aqui, é mais provável que o Nacional consiga a vitória fora de casa e tenha a vantagem no duelo de volta.

Junior Barranquilla x Guaraní (PAR) – quinta-feira, 15 – 20:15

Os colombianos do Junior Barranquilla e os paraguaios do Guaraní têm times – e trajetórias continentais – muito parecidos. Isso indica um duelo equilibrado na partida que fecha os jogos de ida da 3ª fase da Libertadores. Com um desempenho mais estável em seus últimos jogos, o Junior Barranquilla tem mais chances de confirmar seu favoritismo como mandante e vencer o Guaraní – que perdeu seus últimos 3 jogos como visitante – diante de sua torcida e seguir com vantagem para a partida decisiva na próxima semana.