Tênis

US Open 2018 começa com Nadal e Djokovic em alta e voltas por cima de Murray e Wawrinka

Rafael Nadal em partida contra David Ferrer
Foto: Alex Pantling/Getty Images

Espanhol e sérvio surgem como os principais candidatos ao título do último Grand Slam do ano após vitórias em Toronto e Cincinnati, respectivamente

O último Grand Slam do ano dá largada em Nova York com a briga pelo título mais uma vez sendo monopolizada entre Rafael Nadal, Roger Federer e Novak Djokovic. O trio chega com status de favorito ao US Open de 2018 após resultados importantes nos torneios preparatórios, como a Rogers Cup, que foi vencida pelo espanhol, e o Masters 1000 de Cincinnati, que teve o sérvio levando a melhor sobre o suíço na final e alcançando o Golden Masters (conquista de todos os nove Masters do circuito). Com Andy Murray de volta, o Big Four participa pela primeira vez em conjunto de uma competição desde Wimbledon 2017. Será que alguém será capaz de encerrar o domínio do quarteto no Flushing Meadows?

 

Big Four: o retorno

A chance de zebra no US Open parece improvável se olharmos o recente histórico do Big Four no GS estadunidense. De 2004 a 2017, apenas em três oportunidades o quarteto não alcançou o título em Nova Iorque: Juan Martin del Potro, em 2009, Marin Cilic, em 2014 e Stan Wawrinka, em 2016.

Com parte do esquadrão de ferro da ATP em ótima fase, as possibilidades de vermos uma final entre Nadal e Federer ou Nadal e Djokovic são reais. Atual número 1 do mundo, o Touro de Miúra já até abriu sua caminhada rumo ao tetracampeonato superando o conterrâneo David Ferrer na primeira rodada – adversário abandonou a partida com lesão na panturrilha. O espanhol chega para o Major no Flushing Meadows após se mostrar bastante confortável na quadra dura de Toronto. Rafa venceu a Rogers Cup, disputada há três semanas, superando a sensação grega Stefanos Tsitsipas, de apenas 20 anos.

Apesar da solidez de Nadal em quadra, a ascensão de Novak Djokovic é que chama a nossa atenção. O sérvio bateu recentemente Roger Federer na decisão do Masters 1000 de Cincinnati e colocou fim a qualquer dúvida que pairava sobre o seu tênis. Depois de muitos problemas para recuperar a forma física no processo pós-cirúrgico, o ex-número 1 voltou a celebrar um título em um ano de hiato, quando ergueu pela quarta vez o troféu de Wimbledon, em julho. Bicampeão do US Open e cinco vezes vice, o Djoko espera continuar crescendo nesta reta final de temporada. O atual sexto colocado no ranking da ATP enfrenta o húngaro Marton Fucsovics na estreia.

Não menos favorito está Roger Federer. Aos 37 anos, o suíço vai em busca de seu 21º GS da carreira, o que o levaria ao troféu de número 99 na ATP. Para isso, o pentacampeão do US Open precisará quebrar um jejum de 10 anos sem conquistas na Terra do Tio Sam. Se vencer, o Maestro também se tornará o tenista mais velho a vencer o Aberto dos Estados Unidos.

Voltando a disputar um Grand Slam após mais de um ano, quando caiu nas quartas de final de Wimbledon para Sam Querrey, Andy Murray é uma das principais atrações em Nova Iorque. Não pela possibilidade de taça, já que o tenista ainda busca o melhor ritmo de jogo após longa recuperação de lesão no quadril. Mas o fato de o britânico, que hoje ocupa a modesta 382ª posição no ranking após uma temporada parado, retornar ao Major aumenta por si só a qualidade da competição. Já na segunda rodada após vitória suada sobre James Duckworth, Murray pega o experiente Fernando Verdasco.

 

Del Potro, Zverev e Tsitsipas

Ao analisarmos as principais ameaças ao Big Four, o primeiro tenista que vem a mente é Juan Martin Del Potro. Ocupando a terceira posição na ATP, seu melhor ranking da carreira, o argentino vive um 2018 de destaque após seguidas temporadas convivendo com lesões. Campeão do US Open de 2009 aos 20 anos, batendo Roger Federer na final, o tenista conhecido como Torre de Tandil é uma importante arma contra Nadal, Djokovic e companhia.

Pertencente a “Next Gen”, a nova geração de tenistas da ATP, Alexander Zverev tem em Nova Iorque a oportunidade de provar novamente o seu potencial. Apesar das conquistas do ATP 500 de Washington, Masters 1000 de Madrid e ATP 250 de Munique na temporada, o alemão nunca passou das quartas de final de um Grand Slam. O atual número 4 do mundo precisará superar o trauma das últimas duas edições, quando caiu na segunda rodada.

Quem também aparece com possibilidade de ser a sensação no Flushing Meadows é Stefanos Tsitsipas. O vice-campeonato em Toronto, em campanha que eliminou Djokovic e só parou diante de Nadal, dá todas as credenciais ao grego, que de 161º colocado em 2017 atingiu recentemente a 15ª posição. Ele mede forças na estreia com o experiente espanhol Tommy Robredo, que veio do qualificatório.

 

Wawrinka: para ficarmos de olho

Assim como Murray, Stan Wawrinka não aparece nem de perto como um dos candidatos ao título nos Estados Unidos. Mas aos poucos o suíço, vencedor de três GS ao longo da carreira, entre eles o US Open de 2016, vai recuperando a velha forma. Prova disso foi a brilhante vitória sobre Grigor Dimitrov na abertura do torneio. Franco azarão contra o cabeça de chave número 8, 101º do mundo despachou o búlgaro na primeira rodada por 3 sets a 0. Com a confiança em alta, Wawrinka tem tudo para dar trabalho numa chave em que Nadal é o tenista a ser batido.