Copa Libertadores

Sentindo a pressão da torcida, o Santos recebe o Nacional na segunda rodada da Libertadores

Foto: Ivan Storti/Santos FC/Divulgação

Acumulando 3 derrotas nos últimos 4 jogos, o Santos precisa de uma vitória hoje na Libertadores. Jogando ontem, Corinthians e Flamengo se recuperaram dos empates em suas estreias no torneio.

A nova diretoria do Santos foi eleita em dezembro passado. De lá pra cá, o trabalho tem sido de reconstrução do elenco e da estrutura na Vila Belmiro. Jair Ventura chegou ao clube com pouco tempo para a pré-temporada e precisando encontrar soluções para as ausências do meia Lucas Lima (hoje no Palmeiras) e do lateral Zeca (ainda sem clube porque ninguém quer se arriscar a pagar uma multa milionária ao Peixe). Garimpando jóias na base do alvinegro, Ventura vem pouco a pouco dando sua cara ao time. Com a classificação antecipada para as quartas de final do Campeonato Paulista, o técnico perdeu o clássico contra o Corinthians e, poupando jogadores, foi derrotado pelo São Bento no último final de semana. Somando-se aí a derrota na rodada da abertura da fase de grupos da Libertadores para o desconhecido Real Garcilaso, o Peixe acumula, neste momento, 4 jogos sem vitórias – desempenho que, aparentemente, foi o suficiente para alimentar a famosa pressão da torcida santista. Embora esteja em início de trabalho, Ventura sabe que um resultado negativo hoje pode complicar – injustamente – sua vida na Baixada.

 

Precisa convencer

Como era de se esperar – dadas as circunstâncias do clube – a campanha do Santos não enche os olhos neste início de temporada. Dono da 4ª melhor campanha na fase de classificação do Campeonato Paulista, ficando atrás de Palmeiras, Corinthians e Novorizontino, o desempenho do Peixe em seus últimos 10 jogos como mandante é apenas mediano: 4 vitórias, 3 empates e 3 derrotas. Sem levar o mando de campo em consideração, a defesa santista – um dos pontos fortes da temporada passada – foi vazada em 7 dos últimos 10 jogos disputados. Em compensação, seu ataque – reforçado com a chegada de Gabigol depois de um período de “férias” na Europa – marcou em 9 destes 10 jogos. Encontrar o equilíbrio entre ataque e defesa é a missão maior de Ventura neste momento.

Sem problemas para escalar o seu time titular, o Santos terá pela frente um adversário duro, com um repertório imensamente superior ao do inexpressivo Real Garcilaso – que foi muito beneficiado pela altitude de 3.400 metros de Cusco no duelo contra o alvinegro. Jair Ventura já estudou o time uruguaio, sabe que abusam dos cruzamentos rasteiros e pouco objetivos e que a tendência é que logo mais, no Pacaembu, abram mão da posse de bola e atuem no contra-ataque. Mas conhecer o adversário, conhecer seu elenco e saber do potencial do material humano que tem em mãos não é bastante. Por mais absurdo que possa parecer a esta altura da temporada, mais do que vencer, o Santos de Jair Ventura precisa convencer o seu torcedor se quiser tranquilidade para trabalhar. E isso passa por uma vitória hoje pela Libertadores.

 

Jogo duro

Vice-líder do Campeonato Uruguaio e tendo sofrido apenas uma derrota nos últimos 11 jogos que disputou, o Nacional virá ao Brasil mostrar que é muito mais que “cruzamentos rasteiros” na área adversária. Em 2018, o ataque do Nacional passou em branco em apenas uma oportunidade: o empate em 0 a 0 contra o Estudiantes na rodada anterior. Sua defesa também não é das piores: sofreu apenas 1 gol nos últimos 5 jogos.

Sem problemas para escalar o seu time principal, o técnico Alexander Medina tentará apagar a péssima imagem deixada no (medonho) duelo contra os argentinos na abertura do Grupo 6. Atuando no 4-4-1-1 ou no 4-2-3-1, o Nacional terá como objetivo surpreender o Santos a partir das 19 horas de hoje no estádio do Pacaembú. Pode conseguir.

 

Palpite para Santos x Nacional

O jogo – com transmissão do Fox Sports –, não será fácil. A tendência é de um duelo muito pegado no meio-campo com poucas chances de finalização para cada lado. O Santos, porém, chegará com o time mais descansado – os titulares do Nacional atuaram pelo Campeonato Uruguaio. Com mais fôlego, jogando em casa e com o apoio da torcida (pelo menos no início), o Peixe tem condições e elenco para conquistar sua primeira vitória no Grupo 6 e deixar para trás a má-exibição em Cusco. Mas que os santistas não se empolguem, não: é jogo para poucos gol e um certo sofrimento.

 

Corinthians e Flamengo sofrem, mas vencem

Na noite de ontem, quarta-feira, Corinthians e Flamengo foram a campo pela segunda rodada de seus grupos na Libertadores. Sem Jadson e com Émerson Sheik titular, o Timão recebeu o Deportivo Lara – líder do Grupo 7 – no Itaquerão e com muita posse de bola (mas errando muitos passes e falhando demais na construção das jogadas ofensivas), precisou de quase 70 minutos – contando os acréscimos do primeiro tempo – para abrir o placar. O gol, claro, foi marcado pelo veterano ídolo da Fiel que iniciou a jogada e apareceu livre na área adversária para concluir de cabeça aos 19 do segundo tempo. Exausto, Sheik foi substituído em seguida. Aos 31, Perna foi tentar cortar um cruzamento de Rodriguinho e acabou mandando a bola para o fundo do gol de Salazar que nada pôde fazer. A vitória por 2 a 0 coloca o Timão na liderança provisória do Grupo 7, esperando o resultado do jogo de hoje entre Independiente e Millonarios.

Também abusando da “sofrência” e vendo seus jogadores se desentendendo em campo (Paquetá, Diego e Dourado discutiram forte por conta de um lance quando o jogo ainda estava em 0 a 0), o Flamengo saiu atrás no placar mas viu Vinícius Júnior levantar-se do banco de reservas, substituir o cada vez mais inócuo Éverton Ribeiro e marcar os 2 gols que garantiram não apenas a virada contra o Emelec, mas também a primeira vitória do rubro-regro fora de casa pela Libertadores após 4 anos. Os 3 pontos conquistados ontem no Equador garantem o Flamengo na liderança do Grupo 4 até o próximo dia 5 de abril, data em que River Plate e Independiente Santa Fé fecham a segunda rodada do grupo.