Tênis

O que as derrotas de Federer, em Halle, e de Djokovic, em Queen’s, representam para Wimbledon?

Federer
Foto: Shaun Botterill/Getty Images

Então favorito na Alemanha, suíço foi surpreendido por Borna Coric e ainda perdeu a posição de número 1; após vice-campeonato em Londres, sérvio continua em busca de seu primeiro troféu depois de grave lesão no cotovelo

A semana que antecede Wimbledon, o terceiro Grand Slam do ano, é normalmente de muita calmaria para os tenistas considerados tops do ranking. Apesar dos ATPs 250 de Eastbourne, na Grã-Bretanha, e de Antalya, na Turquia, que servem mais para jogadores que não tiveram chances nos torneios anteriores, que precisam de pontos no ranking ou mesmo que se recuperaram de lesão, como por exemplo Andy Murray, o foco é mesmo o Major na sagrada grama do All England Club. Favorito para alcançar a sua taça de número 9 na Terra da Rainha, Roger Federer terá de lidar com uma semana de altos e baixos que gerou o vice-campeonato no ATP 500 de Halle. Já para Novak Djokovic, o vice-campeonato em Queen’s mostra que o ex-número 1 do mundo está pronto para voltar a brilhar no circuito.

 

Roger Federer

A expectativa de que Roger Federer iniciasse Wimbledon em busca de seu 100º título na carreira não se concretizou. O suíço foi derrotado na decisão do ATP 500 de Halle, na Alemanha, pelo jovem croata Borna Coric por 2 sets a 1, com parciais de 7/6 (6), 3/6 e 6/2, e derrubou as possibilidades deste feito. Mais do que o revés em si na Alemanha, que culminou na perda da liderança do ranking para o espanhol Rafael Nadal e no fim da invencibilidade de 20 partidas na grama, a preocupação com o Maestro é em relação a sua recente performance, que esteve aquém.

A campanha que levou o suíço ao vice-campeonato teve pontos positivos e negativos. Dentro de quadra, Federer errou muito mais do que costuma e o saque, uma de suas principais forças, não esteve calibrado. O backhand, também, não “entrou” como de praxe e o tenista de 36 anos teve dificuldades para avançar no torneio alemão. Se serve de alento, o melhor de três sets não ajudou o ex-número 1 do mundo a encontrar ritmo, fato que no All England Club, com melhor de cinco, pode ser diferente.

Foram sete quebras até a final, fato que deixou o atual campeão de Wimbledon em situação delicada em Halle. É só olharmos o confronto com o francês Benoit Paire nas quartas de final. Na ocasião, Federer quase foi eliminado, mas segurou dois match points. Com uma semana para rever o que deu certo e, obviamente, o que deu de errado, o suíço deve chegar renovado para o GS.

 

Novak Djokovic

A perda de um título é sempre dolorida. Ainda mais quando o tenista está 12 meses sem levantar uma taça e então perde virada, desperdiçando até um match point. Foi isso o que aconteceu com Novak Djokovic, ex-número 1 do mundo e três vezes campeão de Wimbledon, em sua 99ª decisão de ATP.

Apesar da derrota para o croata Marin Cilic, sexto do mundo, na final do ATP 500 de Queen’s por 5/7, 7/6 (4) e 6/3, o resultado não pode ser visto como de todo mau. Principalmente se levarmos em consideração o ano de 2018 do sérvio, que depois de realizar uma cirurgia no cotovelo esquerdo, demorou mais do que o esperado para “entrar em forma”.

O segundo lugar em Londres tem tudo para ser o ponto de partida de Djoko na temporada. Já figurando na 17ª posição do ranking da ATP, o sérvio pode ser uma das boas surpresas no Grand Slam do All England Club. Surpresa em relação ao ano realizado até agora e, não, em relação ao seu histórico, não é?!

 

Andy Murray

Andy Murray não é certamente um dos favoritos ao título de Wimbledon, mas a sua desenvoltura dentro de quadra, em seu retorno após uma delicada lesão no quadril, já anima muita gente – ele ainda precisa confirmar sua participação. O britânico voltou oficialmente ao circuito da ATP na semana passada, em Londres. O revés para Nick Kyrgios na estreia foi o de menos para um tenista que não realizava um jogo desde as quartas de final do Grand Slam na Terra da Rainha de 2017.

Dando sequência ao cronograma de recuperação, Murray esteve nos últimos dias no ATP 250 de Eastbourne, uma competição perfeita para ganhar ritmo de jogo. Apesar do ceticismo com sua possível performance diante de Stan Wawrinka, tricampeão de GS e outro que luta para voltar a sua velha forma o mais rápido possível – lesão no joelho afastou o suíço das quadras por um bom tempo – , o escocês fez uma atuação segura, mostrando a todos que pode recuperar o ótimo tênis mais cedo do que o esperado.

Já na segunda rodada, ele fez o esperado duelo com Kyle Edmund, agora melhor britânico ranqueado desde sua parada forçada há 11 meses. Apesar da derrota por 2 sets a 0, Murray foi um adversário duro para a nova sensação, que ganhou os holofotes neste ano ao chegar às semifinais do Aberto da Austrália.