Olimpíadas

É sério: Vôlei na Neve pode dar primeira medalha olímpica de inverno ao Brasil

Foto: Anton VergunTASS via Getty Images

Nova modalidade esportiva deve estrear nos Jogos Olímpicos de 2022

Por quase não ter neve e, seguramente, não ter nenhuma estação de esqui, o Brasil não passa de mero coadjuvante nos Jogos Olímpicos de Inverno. Aliás, muitos dos esportes são desconhecidos por aqui. Quem assiste pela televisão recorre normalmente à internet ou aguarda a explicação do comentarista para entender as regras do evento. Com o vôlei na neve, nosso país deve enfim brigar por medalhas.

 

A “estreia” do vôlei na neve

As nações participantes dos Jogos Olímpicos montam casas na cidade-sede para divulgar suas culturas e oferecer alguma hospitalidade a seus torcedores. Durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang de 2018, a Casa da Áustria, com apoio da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) e da Confederação Europeia de Voleibol, contratou diversos atletas de vôlei de praia para uma partida de exibição no gelo. Estes atletas vieram do Brasil, China, Coreia do Sul e da própria Áustria.

As regras utilizadas foram as mesmas do vôlei de praia. Saíram as bermudas, camisetas e biquínis e apareceram os gorros, luvas e casacos. A peleja atraiu a atenção do público, que se aglomerou ao redor da quadra improvisada. Houve muito barulho, torcida e vibração.

O resultado foi acima do esperado pela FIVB. O Comitê Olímpico passou a se sentir pressionado a abrir as portas para o novo esporte, nem que seja como esporte-demonstração, num primeiro momento.

 

Crescimento repentino

O sucesso nas Olimpíadas foi tão grande que a FIVB está tendo que correr atrás das federações nacionais que já estão introduzindo a modalidade e organizando seus primeiros certames. Ainda não foi escrito um livro de regras sobre o esporte, que ainda imita as leis da praia.

Somente em 2018, teremos um total de 17 campeonatos nacionais na Europa. O Circuito Europeu terá quatro etapas, na Eslovênia, Itália (duas) e Turquia. Semana que vem, acontece na Áustria o primeiro Campeonato Europeu.

O próximo passo é criar eventos na Ásia, sobretudo na China, Coreia do Sul e Japão.

O voleibol pode se tornar o primeiro esporte presente simultaneamente nas Olimpíadas de Verão e de Inverno.

 

Pequim 2022

Pequim se tornará a primeira cidade a receber tanto os Jogos de Verão (2008), quanto os Jogos de Inverno (2022).

Eles acontecem entre 04 e 20 de fevereiro e incluem disciplinas dos seguintes esportes: biatlo, bobsleigh, combinação nórdica, cross-country, curling, esqui alpino, esqui livre, patinação artística, hóquei no gelo, luge, patinação de velocidade, patinação de velocidade em pista curta, saltos no esqui, skeleton e snowboarding.

Entre 04 e 13 de março estão programados os Jogos Paralímpicos que terão provas de biatlo, bobsleigh (estreia), cross-country, curling em cadeira de rodas, esqui alpino, hóquei no trenó e snowboarding.

 

A participação brasileira

A delegação brasileira normalmente treina no Chile ou nos Estados Unidos. São nestes países que acontecem alguns campeonatos brasileiros de modalidades que precisam de neve. Investir em grandes arenas de gelo para esportes como vôlei na neve seria caríssimo para o Brasil, que esbanja quilômetros e mais quilômetros de praias.

Para Pyeongchang 2018, nove foram os brazucas competindo. O maior destaque ficou por conta de Isadora Williams, que chegou em décimo-sétimo lugar na eliminatória e avançou à final da patinação artística, que contou com 24 patinadores. Na última apresentação, que valia medalhas, ela terminou na última posição.

A pátria Verde e Amarela também enviou três desportivas aos Jogos Paralímpicos deste ano.

Com o vôlei na neve, e possivelmente o vôlei na neve sentado, feminino e masculino, o Brasil aumentaria consideravelmente sua representatividade e passaria a brigar por algumas medalhas – até mesmo de ouro.