Copa do Mundo Rússia 2018

Análise: jogando em casa, Rússia faz a melhor campanha de sua história, e pode ser a grande zebra desta Copa do Mundo

Seleção Russa
Foto: Fu Tian/China News Service/VCG

Depois de despachar a favorita Espanha, a seleção anfitriã encara a Croácia pelas quartas de final

Em um roteiro que nem o mais otimista dos torcedores poderia imaginar, a Rússia está nas quartas de final da Copa do Mundo, e com chances reais de chegar à decisão. Os donos da casa estão com a confiança em alta depois de eliminar a Espanha, e têm um chaveamento considerado mais fácil. Se passarem pela Croácia neste sábado (07), às 15 horas (horário de Brasília), no Estádio Olímpico de Fisht, enfrentam Suécia ou Inglaterra nas semifinais.

 

Apreensão deu lugar à euforia

No período que antecedeu a Copa do Mundo, era a grande a preocupação com um possível vexame da seleção russa diante de seu torcedor. Com uma sequência de fracassos nos amistosos, a equipe não transmitia qualquer confiança de que fosse capaz de pelo menos conseguir passar de fase.

Veio então a estreia contra a Arábia Saudita, e, para surpresa geral, a Rússia não apenas venceu como deu um banho de bola nos asiáticos. Com uma das melhores atuações da primeira rodada da fase de grupos, os anfitriões golearam pelo placar de 5×0.

O adversário seguinte seria o Egito, que por contar com o craque Salah, inspirava um pouco de cuidados. Porém, em uma atuação convincente, com direito a golaço de Dzyuba, os donos da casa emendaram o segundo triunfo consecutivo, algo que não acontecia desde a Copa de 1970.

Já classificados, e com a moral em alta, os russos enfrentaram o Uruguai na terceira rodada para decidir quem ficaria com a liderança do Grupo A. A partida foi um choque de realidade. Com um homem a menos desde os 37 minutos do primeiro tempo, quando Smolnikov foi expulso, o time sucumbiu diante do poder de fogo da dupla Suárez e Cavani, e pouco conseguiu fazer contra a melhor defesa da Copa. Com o placar de 3×0 e a classificação como segunda colocada, o destino da Rússia na Copa já parecia traçado. O adversário das oitavas de final seria o badalado time da Espanha.

Com sua equipe na condição de franco-atiradora, o técnico Stanislav Cherchesov escalou um verdadeiro ferrolho para tentar segurar as estrelas da Fúria. A Rússia entrou em campo adotando o esquema 5-4-1, e só se arriscava um pouco nas subidas dos alas Mario Fernandes e Zhirkov ou nas raras tentativas de aproximação entre Samedov, Golovin e Dzyuba. A postura foi mantida até mesmo quando Ignashevich, em disputa com Sérgio Ramos, marcou um gol contra aos 12 minutos do primeiro tempo.

O que ninguém poderia esperar é que um zagueiro experiente como Piqué cometesse um pênalti bobo justamente no momento em que a Espanha dominava a partida. Dzyuba não desperdiçou a chance, e deixou tudo em pratos limpos no Estádio Lujniki. A partir daí, o que se viu foi muito toque para o lado, intensa disputa pela bola e quase nenhum lance de perigo. O desfecho não poderia ser outro, a não ser a disputa de pênaltis.

Nas cobranças alternadas, brilhou a estrela de Akinfeev. O goleirão defendeu as cobranças de Koke e Aspas, garantiu a classificação da equipe local, e decretou feriado nacional na Rússia, que agora já se permite até mesmo sonhar com o título.

 

Croácia será a adversária das quartas

Depois de sobreviver ao duelo contra uma campeã mundial, tudo parece possível para o time russo. A tabela ajuda, já que a equipe está no lado oposto ao de potências como Brasil, França e Uruguai.

Neste sábado (07), às 15 horas (Horário de Brasília), os donos da casa enfrentam a Croácia, que não tem tanta tradição, mas foi um dos times mais consistentes até aqui, e na primeira fase goleou a Argentina por 3×0.

A tendência é que a Rússia tente reproduzir o esquema cauteloso que deu certo nas oitavas, mas a equipe deve encontrar mais dificuldade do que na partida contra a Fúria.

A Croácia também conta com bons articuladores no meio de campo, como Modric e Rakitic, mas tem um toque de bola mais objetivo do que o já batido “tiki-taka” espanhol. No entanto, quando se deparou com uma defesa bem montada, no embate contra a Dinamarca, quase se despediu precocemente do Mundial.

Apoiada pela torcida e imbuída de um forte sentimento patriótico, a seleção russa dará a vida em campo, mas o mais provável é que seu sonho chegue ao fim no próximo sábado.

Três atletas buscam prêmios individuais

Se a conquista do título não for possível, as premiações individuais podem ser um bom consolo para os atletas russos. Três deles seguem na briga pela Chuteira e pela Luva de Ouro, mas para terem alguma chance, será primordial que a equipe avance mais um pouco.

Com três gols cada, Artem Dzyuba e Denis Cheryshev disputam com o inglês Harry Kane a Chuteira de Ouro, prêmio conferido ao artilheiro da Copa do Mundo. Entretanto, com uma diferença de três gols para desfazer em no máximo três jogos, suas chances são bastante reduzidas.

Por outro lado, o goleiro Akinfeev se cacifou na disputa pela Luva de Ouro após a heroica atuação contra a Espanha. Os critérios de escolha são subjetivos, mas se o camisa um conseguir levar o limitado time russo até a decisão, pode até desbancar o brasileiro Alisson, que no momento desponta como favorito.

Quartas de final da Copa do Mundo 2018

Sexta-feira, 06 de julho

  • 11:00 – Uruguai x França – Palpite: Uruguai
  • 15:00 – Brasil x Bélgica – Palpite: Brasil

Sábado, 07 de julho

  • 11:00 – Rússia x Croácia – Palpite: Croácia
  • 15:00 – Suécia x Inglaterra – Palpite: Inglaterra