Campeonato Italiano: Inter e Napoli vão mesmo encarar a Juventus?

Por Matías Carranza

Publicado em 18 de setembro de 2017

Foto: Emilio Andreoli/Getty Images

Temporada 2017/2018 começa com o tradicional trio na parte de cima da tabela e com a Roma muito mal

Quem segue o Campeonato Italiano sabe muito bem que a Juventus é a equipe mais poderosa do país – e de muito longe. Um dado é suficiente para demonstrar como a “Velha Senhora” é dominante no “calcio”: a equipe hoje estrelada por Paulo Dybala e Gonzalo Higuaín busca simplesmente sua sétima taça consecutiva, uma série impensada em qualquer outro país da Europa.

O último ano de Campeonato Italiano sem um título da Juve foi na temporada 2010/2011, quando o Milan de Robinho e Alexandre Pato ficou com o Scudetto ao deixar para trás a Inter de Milão e o Napoli – justamente as duas equipes que hoje surgem como potenciais adversárias da Juventus.

Inter brilha mais na defesa que no ataque

Três times estão empatados com 100% de pontos depois de quatro rodadas na Itália. Juve, Napoli e Inter têm 12 pontos conquistados e certa equivalência também no saldo de gols. O Napoli é o líder oficial do campeonato, com 15 gols marcados e 2 sofridos. Vêm depois a Juve (13 marcados e 3 sofridos) e a Inter de Milão, que espanta pela baixa quantidade de gols sofridos: 10 anotados e apenas 1 único sofrido – e justamente da Roma.

O técnico da Inter é Luciano Spaletti, que ainda não perdeu no comando da equipe desde que foi anunciado, em junho. Além do fantástico Mauro Icardi – autor de cinco gols nas quatro primeiras rodadas -, a Inter conta também com o faro artilheiro do meio-campista croata Ivan Perisic, responsável por outros três gols. A Inter está deixando de ser “Icardidependente”, e se é possível apostar em uma equipe que tenha condições de fazer frente à Juve, esta é a esquadra que veste azul e negro em Milão. Não há, pelo menos neste arranque, nenhum sinal de que a equipe vá passar por vexames como os da última temporada, quando foi eliminada da Liga Europa ainda na fase de grupos.

O Napoli parece time do leste europeu, tamanha a dificuldade de pronunciar os nomes dos seus astros. O grande goleador da equipe que já teve Diego Maradona é o belga Dries Mertens, de 30 anos, que fez também cinco gols em quatro jogos até aqui. E seu parceiro de comemoração vem sendo o polonês Piotr Zielinski. Allan, no meio-campo, é o único brasileiro titular na equipe. O goleiro Rafael segue no banco de reservas. Na Inter, os representantes do Brasil são os zagueiros Miranda e Dalbert.

Falar da Juventus é falar do impressionante arranque de Dybala, que marcou simplesmente oito gols em quatro jogos – e isso em uma liga considerada conservadora e de defesas fortes. Sua média é mesmo espantosa: ele faz um gol a cada 36 minutos em campo, e o curioso é que Dybala nem chega perto disso quando está em campo com a camisa da seleção argentina.

Além de Dybala e do seu “hermano” Higuaín, a Juve conta hoje com os brasileiros Alex Sandro, na defesa, e Douglas Costas, no meio.

Meio? Difícil vai ser encontrar quem fique no meio do caminho da Velha Senhora em busca de mais um título.

E os demais?

A Lazio é a quarta colocada na tabela, mas dela não se espera nenhum crescimento. O renovado Milan ocupa a quinta colocação, enquanto a Roma é apenas a oitava.

O trio de ouro da Itália, em breve, vai ter apenas a Juve na ponta e as demais brigando por qualquer chance de fazer frente.

A diferença de pontos no título do ano passado foi pequena – a Juve terminou com cinco a mais que a Roma, a segunda colocada: 92 a 87. A imprensa italiana imagina que no final do primeiro turno já há uma boa possibilidade de esta quantidade estar separando Dybala e companhia dos demais. Talvez seja um pouco de exagero – embora uma mesma equipe brigar pelo sétimo Scudetto consecutivo simbolize muito bem como o futebol italiano passa por um momento de real exagero. Como só mesmo os calorosos italianos sabem ser.