Fórmula 1

Síndrome de vice? Rosberg tenta derrubar tabu na decisão da F-1 em Abu Dhabi

Foto: Lars Baron/Getty Images

Doze pontos à frente do companheiro de equipe Lewis Hamilton, alemão tem tudo para alcançar inédito título da competição

O que você diria para alguém que fosse vice-campeão em qualquer disputa? Daria parabéns ao atleta, por ter chegado tão longe, ou zombaria, por ter fracassado? Seja no Brasil ou em boa parte do mundo, o segundo lugar não é celebrado ou visto como valioso para a carreira de um esportista. É esse o trauma que o alemão Nico Rosberg, vice da Fórmula 1 nos dois últimos anos, tenta exorcizar neste domingo (27), durante o 21º e último GP da temporada, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Depois de bater na trave em 2014 e 2015, a última em especial, que culminou em mais um episódio da guerra aberta com o seu companheiro de equipe Lewis Hamilton, Rosberg tem tudo para erguer o inédito troféu. Com 367 pontos na classificação do Mundial de Pilotos, o competidor da Mercedes possui uma confortável vantagem de 12 pontos para o agora rival Hamilton. Para se ter uma ideia da boa distância para o inglês na tabela, o alemão pode chegar em terceiro lugar que garante o campeonato. Se Hamilton não pontuar ou não completar a corrida, o alemão, filho de Keke Rosberg, campeão da F1 em 1982, será campeão automaticamente.

Apesar de depender de suas próprias forças, o que teoricamente seria um facilitador para si, Rosberg tenta enterrar o erro da última temporada. Na prova que deu o título a Hamilton, disputada em Austin (USA), no GP das Américas, o alemão vencia até oito voltas para o fim. No entanto, ele errou sozinho e entregou a vitória de bandeja para o agora inimigo, que assegurou o tricampeonato da categoria. Por isso, todo cuidado é pouco.

A cautela pode ser medida pelo portal de estatísticas esportivas Oddsshark.com/br, que crava o primeiro título de Nico Rosberg, porém sem lhe dar a vitória em Abu Dhabi. Investir no resultado que dará o campeonato ao competidor alemão paga R$ 1,20 para cada real. Em relação ao seu concorrente, Lewis Hamilton, a cotação é superior a quatro vezes. O tetracampeonato do inglês é avaliado em R$ 4,33, sendo R$ 3,33 de lucro.

Quando o assunto é posição final da corrida, que terá 55 voltas, as fichas se voltam para Hamilton. Vencedor das últimas corridas e empatado no número de vitórias com o atual líder da classificação geral – cada um tem nove na temporada -, o inglês é amplo favorito. A cotação para vencer a prova é de R$ 1,61, contra R$ 3,25, de Rosberg. O terceiro mais bem cotado é Daniel Riccardo, porém com incríveis R$ 12,00. Com a superioridade do carro da Mercedes em relação a Red Bull, do australiano, e a Ferrari, de Sebastian Vettel, apenas uma batida ou um problema mecânico pode tirar a vitória da escuderia alemã, campeã antecipada do mundial dos construtores.

 

Valendo $, briga pelo 10º lugar no Mundial de Construtores está indefinida

Por falar nas equipes, terminar a temporada até em 10º lugar significa dinheiro em caixa e alívio financeiro para 2017. Com as primeiras posições definidas – Mercedes em primeiro, Red Bull em segundo e Ferrari em terceiro – , a briga entre as demais segue em aberto. A Williams, do brasileiro Felipe Massa, por exemplo, garantiu no ano passado o terceiro lugar, mas agora luta para chegar em quarto, que fará perder US$ 10 milhões em relação a 2015. Está 27 pontos atrás da Force India, quarta colocada, que deu passo importante para ganhar a colocação durante o GP do Brasil, com o quarto e sétimo lugares. Para vencer o time concorrente sem depender de qualquer abandono, Massa e Valterri Bottas precisam alcançar o terceiro e quarto lugares, o que seriam as melhores posições da equipe em 2016. A sexta posição é da McLaren, que possui 12 pontos de vantagem sobre a Toro Rosso, 46 da Haas e 67 em relação à Renault. Já a disputa pelo 10º lugar promete ser decidida volta a volta. Após ficar sem pontuar o campeonato inteiro, a Sauber, sob o comando do brasileiro Felipe Nasr, conquistou dois importantíssimos pontos com o nono lugar na etapa passada e roubou o posto que pertencia na Manor. Caso a Sauber confirme o 10º lugar, a equipe ganhará a bagatela de US$ 20 milhões.

 

Massa se despede da F1

O GP de Abu Dhabi também terá todo um clima especial por conta da despedida de Felipe Massa. Após 14 temporadas, sendo 11 vitórias, 16 poles, 41 pontos e um vice-campeonato (2008), o paulista dá adeus à principal categoria do automobilismo mundial. E sua saída será com uma importante marca, já que Massa, que atuou pela Sauber, Ferrari e Williams na F1, completará o seu GP de número 250 na carreira.