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Libertadores: Atlético Nacional supera zebra e é o melhor campeão da história

A Colômbia viveu nesta quarta-feira uma noite histórica, daquelas que não vão ser esquecida jamais. Diante de quase 50.000 pessoas em um estádio repleto de euforia e ansiedade, o Atlético Nacional de Medellín sagrou-se campeão da Libertadores da América com uma vitória por 1×0 contra o Independiente del Valle, do Equador.

A surpreendente final entre duas equipes que não estavam entre as cotadas ao título antes do começo do campeonato foi decidida logo aos 8 minutos do primeiro tempo. Depois de falta cobrada por Torres e toque na trave, a bola sobrou para Miguel Ángel Borja. Aproveitando falha do zagueiro equatoriano Mina, o atacante carrasco do São Paulo na semifinal foi outra vez decisivo na finalíssima ao fazer o gol do título e levar à loucura a torcida que viu pela primeira vez na história um clube colombiano ganhar a Libertadores pela segunda vez.

O Atlético Nacional já havia conquistado a competição em 1989 e sido vice em 1995 ao perder o torneio para o Grêmio de Porto Alegre e do técnico Luiz Felipe Scolari.

Lógica em campo

O título colombiano era mesmo o resultado de maior probabilidade nas estatísticas do Oddsshark.com/br. A vitória do Atlético Nacional oferecia US$ 1,40 a cada dólar investido, e é fácil entender o porquê. O time de Medellín encerrou a Libertadores com a melhor campanha da competição desde 1989, ano que o torneio passou a ser disputado no formato atual, com mata-matas das oitavas de final até a decisão.

Ninguém, nesses quase 30 anos, obteve o aproveitamento do Atlético Nacional, que somou 33 pontos ao longo das 14 partidas e superou os poderosos Boca Juniors de 2003 e Corinthians de 2012, então as duas melhores campanhas da competição neste formato de disputa.

Na outra ponta das cotações estava o Independiente del Valle, que fez ótimo papel ao ser derrotado apenas por um gol de diferença. O 1×0 foi surpreendente. Placares magros não haviam sido registrados em Medellín nesta Libertadores das oitavas-de-final em diante. O estádio havia sido letal para times argentinos (casos de Huracán e Rosario Central) e brasileiro (o São Paulo na semifinal) sempre com muitos gols, no mínimo três na soma das duas equipes.

O Del Valle campeão era tentador por uma cotação de US$ 8,50 a cada dólar apostado, ainda de acordo com as estatísticas do Oddsshark.com/br, mas o clube do Equador não encontrou as forças necessárias para corresponder à expectativa de final promissora também no número de gols.

Mudança de postura

O título veio também graças a uma tática usada pelo Atlético Nacional que surpreendeu quem acompanhou toda a Libertadores da América. O time da Colômbia, no segundo tempo, administrou o resultado ao sufocar o adversário e não se preocupar em fazer o segundo gol e ampliar o placar.

A tática empregada pelo técnico Reinaldo Rueda foi surpreendente em muitos sentidos, o mais lógico deles ao frear toda a euforia da torcida que, claro, empurrava o time para o ataque e para o gol que deixaria a taça praticamente assegurada.

Mas a opção pela defesa deu certo graças ao esforço coletivo de todo o time e em especial pelo excelente desempenho do goleiro argentino Franco Armani. Desejado por River Plate e Boca Juniors, ele surpreendeu todo o mercado da bola ao renovar com o Atlético Nacional e seguir na Colômbia, onde é de longe o melhor goleiro do país desde 2013.

Será recompensado agora com a disputa do Mundial de Clubes no Japão, onde espera fazer a final contra o Real Madrid, de Cristiano Ronaldo, atual vencedor da Liga dos Campeões. A competição no outro lado do mundo está prevista para dezembro.

O Atlético Nacional conquistou a Libertadores jogando a decisão com Franco Armani, Daniel Bocanegra, Davinson Sánchez, Alexis Henríquez e Farid Díaz; Alexander Mejía, Alejandro Guerra (Diego Arias) e Macnelly Torres; Orlando Berrío, Marlos Moreno (Ibargüen) e Miguel Borja (Rescaldani).

O Independiente del Valle levou a campo Librado Azcona, Christian Núñez, Arturo Mina, Luis Caicedo e Emiliano Tellechea (Miller Castillo); Mario Rizotto, Jefferson Orejuela, Julio Angulo (Jonathan González), Junior Sornoza (Uchuari); Bryan Cabezas e José Angulo, os 11 titulares escalados pelo técnico uruguaio Pablo Repetto.

Fair play

Outro dado que mostra a final disputada com controle pelo Atlético Nacional diz respeito aos cartões amarelos. Foram mostrados apenas dois para cada time. Não houve expulsos, uma raridade histórica quando o assunto é a decisão do torneio continental mais quente do futebol mundial e cenário de brigas coletivas como em 2010 (Internacional x Chivas) e 2011 (Santos x Peñarol).