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Highland Reel vence King George VI e faz a festa da torcida inglesa

Surpresa e delírio do público que, ao contrário do que o resto do mundo pensa, não tem nenhuma frieza quando o assunto é turfe.

Vibrando como poucas vezes com a disputa da King George VI, uma das mais tradicionais provas da Inglaterra e da Europa, a torcida neste sábado aplaudiu de pé a atuação do jóquei Ryan Lee Moore. As 32 anos, ele conduziu com perfeição o cavalo Highland Reel a uma convincente vitória diante de tribunas repletas que contaram com uma presença que dá ideia da dimensão da prova no cenário do turfe mundial. Ninguém menos que a Rainha Elizabeth esteve em seu palco acompanhando cada detalhe da tradicional prova disputada desde 1937 no hipódromo conhecido como Kempton Park.

A rainha está com 90 anos e é uma famosa apreciadora das corridas de cavalo. O turfe na Inglaterra é tradicional demais e apaixona o público de uma forma parecida com o futebol no Brasil.

Prova disso é a cobertura da imprensa inglesa durante toda a semana. TVs, rádios, jornais e internet abriram espaço para todos os preparativos e relataram os resultados da King George VI com muitos profissionais envolvidos em uma cobertura que mobilizou grandes equipes.

O caminho da vitória

Highland Reel largou no posto 3 e rumou para a primeira posição onde mais importava – no trecho final da pista de grama de 3 milhas de extensão (4.828 metros) e 18 obstáculos no hipódromo de Kempton Park.

Como indicava a previsão do tempo, o páreo contou com céu aberto e temperatura agradável, o que deixou a prova rápida como se imaginava desde o começo da semana.

Cavalo de quatro anos de idade, Highland Reel era bem cotado à vitória nos últimos dias. O Oddsshark.com/br já mostrava que sua colocação em algumas casas de apostas – e são muitas na Inglaterra – era equivalente à do então favorito à vitória, o cavalo francês Darthmouth. Os dois conjuntos pagavam 5/2 – cinco libras esterlinas de retorno a quem investia duas.

O desempenho de Darthmouth decepcionou os apostadores. Muitos deles, especialmente os estrangeiros, pensaram que ele era mesmo o mais cotado ao triunfo. Levado pelo jóquei Olivier Peslier, também francês, terminou apenas em terceiro.

O desempenho de Darthmouth gerou polêmica na movimentada semana na Inglaterra.

Enquanto aparecia no topo da lista de apostas, os mais aficionados apontavam uma queda no seu ritmo nos treinamentos desde maio na França, país de onde rumou à Inglaterra especialmente para a disputa da King George VI.

A falta de potência nos metros finais, quando chegou a ser só o quarto, deu razão aos que apontavam sua má forma.

Enquanto Darthmouth se contentou com o terceiro lugar, a segunda posição ficou com o conjunto Wings of Desire. Montado pelo jóquei Lanfranco ‘Frankie’ Dettori, italiano de 45 anos, um dos mais experientes do mundo do turfe, pagou 7/2. Era o terceiro mais bem cotado de acordo com o levantamento do Oddsshark.com/br.

Tetracampeonato e euforia

O grande destaque da vitória de Highland Reel no sábado foi seu treinador, Aidan O’Brien, que ganhou a King George VI pela quarta vez, entrando para a história contemporânea como um dos mais bem-sucedidos profissionais da era recente da prova, que é realizada no mesmo lugar desde 1937.

A festa foi marcada por um emocionado abraço de Aidan e o jóquei vencedor, o inglês Ryan Lee Moore, de 32 anos.

Curtindo dias de enorme fama em toda a Inglaterra, Moore foi um astro do esporte não só com seu público. O triunfo repercutiu em países vizinhos como a França e a Irlanda, também envolvidos na disputa do tradicional páreo na cidade de Surrey, nos arredores de Londres.
A vitória na King George VI encerrou uma espetacular turnê de Ryan Lee Moore.  Com triunfos também no outro lado do mundo, ganhando equilibrados páreos no Japão e na Nova Zelândia, Moore fechou julho com a muito comemorada vitória.

Moore é hoje, muito provavelmente, o principal nome da montaria em grandes competições.

Aniversário especial

A edição 2017 da King George VI promete ser ainda mais estrelada. A prova vai comprovar toda sua tradição ao completar exatos 70 anos da primeira edição.

O requinte e o brilho do páreo vão ser ainda maiores, e a organização espera melhorar o seu já farto repertório de atrações, além de colocar na pista cavalos que estejam aptos a participar não de um páreo apenas equilibrado – mas também histórico, e para marcar uma nova referência na tradicional competição.