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Conor McGregor, o dono do jogo no UFC

UFC 202: Diaz v McGregor

O futuro de Conor McGregor no UFC ainda é incerto, mas ao mesmo tempo não deve lhe causar preocupação. O motivo? Simples. Alguém que está em sua posição irá se beneficiar de qualquer rota que o caminho reserve. Sobram opções, e todas são boas. À mesa, elas são friamente calculadas e negociadas. A equação que importa para McGregor tem na balança retorno financeiro de um lado e feitos históricos no MMA em outro. Esse equilíbrio tem sido bom pra ele e para o UFC.

Pra começar, o irlandês é o atual campeão dos penas (até 65,8 kg) do UFC. É verdade, ele lutou pela última vez na categoria em dezembro e podemos esquecer facilmente deste “detalhe” após suas duas aventuras nos meio-médios (até 77,1 kg). Mas não por isso seu futuro será em uma das divisões já citadas.

As opções de McGregor:

  • Conor tem a obrigação de voltar aos penas após duas lutas contra Nate Diaz nos meio-médios. Ou volta e faz a revanche com Aldo, ou abdica do cinturão e deixa o brasileiro assumir o posto de campeão absoluto da categoria. Ele certamente não quer fazer isso. Mais do que isso, deve-se considerar que voltar para os penas é um custo alto – leia-se: o corte de peso é muito sofrido e uma revanche com Aldo não tem grande potencial de vendas, o que não renderia uma bolsa tão milionária. Então essa é uma das opções menos chamativas em sua mesa.
  • Já no peso leve (até 70,3 kg), as coisas parecem se encaixar. O corte de peso é menos doloroso, o adversário seria ameaçador (o que ajuda na promoção) e o retorno seria enorme dentro do octógono (com uma luta empolgante e quem sabe a conquista do segundo cinturão no UFC) e fora do octógono (com recordes em vendas de pay-per-view, milhões de dólares como pagamento e mais popularidade).
  • O astro irlandês também percebeu que o desafio nos meio-médios foi arriscado. Ele perdeu na primeira vez contra Diaz, se vingou na revanche, recuperou seus status de astro, mas, por enquanto, chega. Por enquanto…

Vale lembrar que apesar das possibilidades mais especuladas, o UFC tem o talento de “tirar o coelho da cartola” e surpreender quando menos se espera. Com uma peça como McGregor de um dos lados do octógono, fica ainda mais fácil “fazer mágica”. Quem sabe uma superluta, ou “luta do dinheiro”, como lutadores gostam de falar, não aparece no caminho de Conor? Até porque qual outro lutador do UFC pode protagonizar lutas interessantes em três categorias diferentes equilibrando o mínimo de esportividade com um apelo milionário?

Por essas e outras Conor McGregor é o dono do jogo no UFC. O irlandês conquistou a posição de forma meteórica e sabe conduzir sua carreira. É inteligente, articulado e visionário. Negociar com ele deve ser uma tarefa difícil para o Ultimate. Ele sabe o valor que tem. Não adianta oferecer um contrato fraco, pois Conor sabe que ainda irá render muitos frutos para a organização. Ele é caríssimo para o UFC, mas é rentável. O retorno é enorme.

McGregor alcança o público esportivo, cinematográfico, da moda e agora os gamers, já que virou personagem da nova edição do famoso jogo de guerra “Call of Duty – Infinite Warfare”.

Europeu, boa pinta, comunicativo e polêmico. Ah, bom lutador também. É bom lembrar. Tais atributos, unidos a tantos outros, consolidam Conor McGregor como “o dono do jogo” no UFC na atualidade. Ele não necessariamente faz o que quer, mas certamente não faz o que não quer.

O mais especial disso é que seu próximo passo, seja dentro ou fora do octógono, sempre gera expectativa. McGregor é intrigante, e as pessoas podem até não gostar de seu estilo, mas certamente acompanham seus passos e contribuem para sua tamanha popularidade e sucesso no mundo dos esportes.