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Brasileiro Lineker dá show de boxe e vence principal luta do UFC Fight Night 91

Nada de ressaca depois do UFC 200. Se os fãs do MMA saíram do inesquecível evento do fim de semana em Las Vegas com gosto de “quero mais”, tiveram o que esperavam com os combates de alto nível e as múltiplas alternativas na noite desta quarta-feira no UFC Fight Night 91, na Dakota do Sul, dos Estados Unidos.

No card principal, o destaque foi para o brasileiro John Lineker, peso-galo (61 kg) nascido no Paraná, que ganhou pela terceira vez seguida na carreira – que pinta como cada vez mais promissora no universo das lutas.

A vitória no UFC Fight Night 91 foi sobre o norte-americano Michael McDonald. Mais alto e aproveitando sua vantagem na envergadura, McDonald se deixou ser fixado na grade e sofreu com a mão pesada de Lineker, que logo nocauteou no primeiro assalto e exibiu um show de boxe e extrema agressividade.

O brasileiro, claro, comemorou demais sua atuação, mas fez questão de elogiar a resistência do adversário americano. “Fiquei muito surpreso, são poucos os que têm esta capacidade. Ele é um cara firme, tem um corpo forte, um queixo duro. Tiro meu chapéu para o McDonald, mas consegui impor meu jogo”, afirmou Lineker assim que terminou a luta de ontem na Dakota do Sul.

“Quando ele sentiu um golpe meu, eu percebi que não podia parar de caminhar para cima dele até conseguir finalizar”, seguiu o paranaense. “Sou um bom lutador, subimos ali para lutar e fazer o nosso melhor, é para isso que a gente treina todos os dias. Com certeza ele ficou surpreso, mas me encarou e veio para cima. E deu no que deu.”

“Estou muito feliz em lutar o main event. O campeão, o Dominick Cruz, tem de saber que eu estou chegando e quero muito o seu título”, completou o brasileiro.

De acordo com as estatísticas do Odds Shark, o americano McDonald gerava probabilidade para vencer de 2.40. O brasileiro Lineker pintava como favorito de antemão. Previa 1.60 – a cada 1 dólar apostado, só 60 cents de lucro com seu triunfo.

Trocação e Surpresa

A luta principal do UFC Fight Night 91, na verdade, seria entre Tony Ferguson e Michael Chiesa, mas o último se contundiu e deixou o duelo aguardando por alguém que ocupasse a vaga, e seu substituto foi Landon Vannata. Colocado no octógono de última hora, ele estreou no UFC deixando uma impressão das melhores e esteve muito perto de ser o protagonista de uma surpresa histórica.

Vannata era tão azarão que sua cotação na Nova Dakota segundo o Oddsshark era 5.5, ante só 1.2 de Landon.

Trocador e sempre muito agressivo, Vanatta exibiu todo seu cardápio de chutes, guarda baixa e movimentação constante, e quase nocauteou o favorito ainda no primeiro assalto, o que quebraria a banca como poucas vezes o UFC viu.

A sequência da luta, porém, viu a tranquilidade de Ferguson, que controlou o ímpeto do rival estreante. Ele ficou cansado e teve o pescoço abraçado em uma marca registrada das lutas de Ferguson, a vitória no tradicional triângulo invertido.

A Famosa Paciência Japonesa

Em outro duelo de grande expectativa, o japonês Keita Nakamura e o americano Kyle Noke mostraram vastos recursos no combate válido pelos meio-médios.

Enquanto Noke era mais forte e alto, o japonês usou o que tinha de melhor: sua paciência. Nakamura foi amplamente superado no primeiro assalto, mas dali em diante dominou o adversário por completo em todas as partes do octógono até finalizá-lo com um mata-leão.

Mais Brasil no Card Preliminar

Lutando contra um rival invicto, o americano Matthew Lopez, que tinha todo o apoio da plateia americana, o brasileiro Rani Yahya voltou a exibir seu bom jiu-jitsu. Com ele, ganhou sua terceira luta seguida na organização.

O começo teve Rani arriscando a trocação em pé, mas na sequência ele fez o habitual clinch e começou a cair, passar, raspar e tentar finalizar o adversário.

O brasileiro levou vantagem nos pontos exatos. Somou as posições, ficou mais tempo por cima e encaixou uma chave de braço que mostrou toda sua habilidade no jiu-jitsu que lhe permite encarar os gigantes com uma arma de extrema eficiência.

O desenrolar da luta foi bastante favorável ao brasileiro, que atacou no último minuto e encaixou o estrangulamento que encerrou o duelo. “Quero lutar em Brasília em setembro, é cidade onde nasci e é para onde o UFC vai. Quero muito me preparar e encarar quem vier”, comemorou Rani, de 31 anos.