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O que faz de Cris Cyborg Vs Amanda Nunes a maior luta da história do MMA feminino?

Foto: Reprodução

Depois de uma longa novela, provocações e muito “disse-me-disse”, a superluta entre Cris Cyborg e Amanda Nunes vai acontecer. O presidente do UFC Dana White confirmou a informação à ESPN e o duelo está programado para acontecer no dia 29 de dezembro, em Las Vegas (EUA), pelo UFC 232. O confronto brasileiro terá o cinturão peso-pena de Cyborg em jogo. Mais do que o título, o duelo Brasil Vs Brasil é uma grande forma de colocar as cores do país em destaque na modalidade e garantir que os fãs possam assistir a primeira superluta da história do MMA feminino no UFC.

Durante anos se falou sobre uma superluta entre Cris Cyborg e Ronda Rousey. Quando a americana atropelava suas rivais no octógono e Cyborg mantinha seu reinado no Invicta FC, muito se especulou a respeito de uma superluta entre a americana e a brasileira. Mas o combate nunca saiu do papel. Rousey, uma atleta peso-galo (até 61kg), nunca aceitou subir para a divisão de Cyborg (até 66kg). E vice-versa. Cris sempre garantiu que é quase impossível cortar peso até os galos e que o máximo que conseguiria era fazer um duelo em peso casado até 63kg. Isso aconteceu, inclusive, nas duas primeiras lutas de Cyborg no Ultimate.

Com Rousey fora do cenário do MMA desde dezembro de 2016, quando foi nocauteada por Amanda Nunes, a maior luta possível no MMA feminino se tornou Cyborg Vs Nunes. Por diversos fatos. Pra começar, ambas são campeãs dominantes. Amanda venceu todas as três defesas de cinturão que fez na categoria peso-galo feminino do UFC, sendo a última luta uma vitória por nocaute contra Raquel Pennington. Já Cyborg, é campeã peso-pena feminino, mas não há sequer uma categoria peso-pena. Ela já defendeu o título por duas vezes. Bateu Holly Holm e Yana Kunitskaya no octógono. Mas em ambos os casos teve de encarar rivais que não atuam originalmente como atleta peso-pena. Em relação a performance, ambas seguem vencendo adversárias sem grandes dificuldades. E quando um campeão não tem desafios, ele busca isso em uma superluta. E é exatamente o que acontece aqui.

Cris Cyborg é a maior referência do MMA feminino há anos. Apenas Ronda Rousey ofuscou a brasileira quando estava brilhando no UFC. Mas antes e agora depois de Ronda, Cyborg sempre foi o maior nome, a atleta mais dominante, temida e impressionante. E como ela tem dificuldades de encontrar uma rival à altura, nada melhor do que colocar em sua frente o segundo nome mais forte do MMA feminino atual: Amanda Nunes.

Se Amanda perder a luta, seguirá como campeã peso-galo, já que o combate é válido pelo título peso-pena. E assim Cyborg segue como campeã de sua categoria. Agora, se Amanda vence o duelo, se torna a primeira mulher da história a conquistar o título em duas categorias diferentes do UFC de forma simultânea. Embora a luta seja boas para ambas, ela agrega mais ao legado de Amanda. O lucro em caso de vitória é muito maior.

É claro que não é tão agradável ver duas lutadoras brasileiras se enfrentando. Especialmente duas campeãs. O confronto representa aceitar que uma das duas perderá a áurea de dominante… A não ser que o combate termine em empate. O que eu duvido muito. O que acontece é que Cris Cyborg é um fenômeno e precisa de desafios mais interessantes do que aqueles que o UFC tem colocado à sua frente. A luta contra Amanda Nunes é boa para ela comprovar (ou não) diante de uma atleta de altíssimo nível o quanto é poderosa, e assim solidificar o posto de maior lutadora de todos os tempos. Para Amanda,  é a chance de mostrar ao mundo que é uma atleta em constante evolução e que merece muito mais respeito do que tem atualmente. Mais do que isso, é a chance de Amanda cair nas graças do público brasileiro e alcançar um feito um feito histórico (acumular dois cinturoes) que talvez nem Cyborg será capaz de alcançar.

Brasil Vs Brasil é sempre complicado, mas no caso de lutadoras como Cris Cyborg e Amanda Nunes, é muito mais o caso de se exaltar do que lamentar. O UFC 232, dia 29 de dezembro, em Las Vegas (EUA) colocará as cores do Brasil em destaque na maior luta da história do MMA feminino. E ela só vai acontecer porque o país produziu duas guerreiras de marca maior com coragem e ousadia para protagonizarem tamanho feito.