Copa Libertadores

Grêmio estreia na Libertadores com um empate e o Cruzeiro perde a invencibilidade na Argentina

FOTO: LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA

Campeões da Libertadores e da Copa do Brasil, respectivamente, Grêmio e Cruzeiro tropeçam em suas estreias na edição 2018 do torneio continental

Jogando de forma muito diferente da que vinha apresentando no Campeonato Gaúcho, o Grêmio colocou em cima do Defensor toda a sua autoridade de atual campeão na abertura da fase de grupos da Libertadores, mas voltou para casa com um empate com gostinho de derrota que vai tornar ainda mais amargo o chimas de Renato Portaluppi. O Cruzeiro, por sua vez, fez um jogo “lá e cá” contra o Racing, na Argentina, e perdeu a invencibilidade de oito jogos (todos pelo Campeonato Mineiro). A Raposa de Mano Menezes havia conquistado na temporada até aqui sete vitórias, um empate e sofrido apenas um gol.

 

Vacilo fatal

Para alegria da minha esposa gaúcha e gremista, o atual campeão da Libertadores foi a campo ontem enfrentar o uruguaio Defensor no estádio Luis Franzini como se estivesse jogando em sua arena em Porto Alegre – e pela distância para a capital gaúcha, pode-se dizer que o Imortal jogou no quintal de casa, tomando um chimas e comendo umas bergamotas. O bom toque de bola e as triangulações que fizeram o time jogar “o melhor futebol do Brasil” em 2017 – mesmo sem o título nacional –, voltaram com força total no duelo de ontem. Mas, bem plantado na defesa e esperando por uma bola para decidir o jogo, os (verdadeiros) donos da casa aguentaram, com méritos, a pressão tricolor nos primeiros 45 minutos. Os jogadores mais à frente – Maicon, Ramiro, Luan, Everton e Cícero, contando com o apoio dos laterais Madson e Bruno Cortez – faziam a bola rolar pela frente da área adversária, mas não encontravam uma forma de furar o bloqueio uruguaio.

O segundo tempo seguia pela mesma toada do primeiro. O Grêmio, com Alisson e Jael nos lugares de Madson e Jailson, seguia perigoso e começava a investir mais nos chutes de fora da área – Cícero, por duas vezes, e Alisson obrigaram o goleiro Reyes a mostrar serviço. E foi assim, na base da insistência, que o Tricolor encontrou seu gol aos 35 minutos do segundo tempo com Maicon, aproveitando uma sobra de bola na grande área. Quatro minutos depois, aos 39, entretanto, o castigo que fez o chimas esfriar e as bergas murcharem: em uma falha grosseira, a zaga do Grêmio permitiu que o zagueiro Maulella, sem sair do chão, aproveitasse (de cabeça) cobrança de escanteio para dar os números finais ao jogo.

Na saída do campo, Marcelo Grohe, goleiro Tricolor, insatisfeito com o resultado, disse que a zaga havia facilitado o trabalho do oponente, deixando o jogador rival “subir sozinho” e concluir. “Facilitou o trabalho deles”, afirmou antes de deixar o gramado.

Após a estreia na Libertadores, o Grêmio agora volta suas atenções para as últimas rodadas do Campeonato Gaúcho e sua busca por uma vaga entre os oito que passam às quartas de final. Pela 10ª rodada, o Imortal vai a campo neste domingo, as 17 horas, encarar o Juventude no estádio Alfredo Jaconi. Pela Libertadores, seu próximo compromisso será no dia 4 de abril, às 19:15, contra o Monagas, da Venezuela, na Arena em Porto Alegre.

 

Caiu o invicto

O Cruzeiro chegou à Argentina para sua estreia na Libertadores embalado por uma boa série de oito jogos sem derrotas e jogando um futebol consistente – fruto da opção do clube mineiro em dar sequência ao trabalho de Mano Menezes que faturou o título da Copa do Brasil na temporada passada e me ajudou a limpar o chão da redação do Ganhador com o traseiro de Miguel González durante nosso Porradabol. A expectativa era de um jogo equilibrado e a Raposa começou bem, marcando em cima e tentando sufocar o Racing já nos primeiros movimentos. Mas não era noite dos brasileiros.

Aos seis minutos do primeiro tempo, Mano Menezes precisou trocar Fred, que sentiu a panturrilha direita, por Rafael Sóbis. Aos 13 minutos, começou o show do jovem Lautaro Martínez, de apenas 20 anos, para os donos da casa. Aproveitando-se de um descuido da zaga Celeste, o atacante apareceu livre para empurrar a bola para o fundo das redes de Rafael. Racing 1 a 0.

Com a vantagem no placar, os argentinos tomaram conta do jogo. Pouco a pouco o Cruzeiro foi reequilibrando-se  até que aos 29 minutos Egídio cruzou com perfeição na cabeça de Arrascaeta que deixou tudo igual. Por pouco tempo. Aos 44, Lautaro, mais uma vez se aproveitou do erro da zaga Celeste para recolocar o Racing na frente: 2 a 1.

O time de Mano Menezes voltou melhor para o segundo e conseguia envolver a equipe argentina com seu bom toque de bola. Mas faltava pontaria nas finalizações. Sem ter nada a ver com o pé torto da equipe mineiro, Lautaro guardou o terceiro dele no jogo aproveitando uma cobrança de escanteio aos 17 minutos da etapa final.

Aos 24, os visitantes esboçaram alguma reação com Robinho cobrando falta com perfeição, deixando o placar em 3 a 2 com tempo suficiente para o empate. Mas aos 31, Solari, que havia acabado de entrar, não teve dificuldades para passar pela defesa da Raposa e fechar o placar: Racing 4 x 2 Cruzeiro.

Assim como o Grêmio, o Cruzeiro agora dá um tempo na Libertadores – seu próximo jogo é no dia 4 de abril, contra o Vasco no Mineirão – e volta a se concentrar na matinê do Campeonato Mineiro onde enfrenta o Atlético no estádio Independência (Horto), no próximo domingo à partir das 11 horas.