Vôlei

Dentil/Praia Clube campeão da Superliga Feminina: o que esta conquista representa para o vôlei do Brasil?

Dentil Praia Clube Campeão Superliga
Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

Equipe mineira atropelou o Sesc-RJ em uma decisão histórica e com sabor de entrega de bastão                      

O vôlei brasileiro viu neste domingo (22) uma decisão das mais emblemáticas dos últimos tempos. O supercampeão Sesc-RJ falhou na missão de conquistar seu 13º título e a taça ficou, pela primeira vez, com o Dentil/Praia Clube, da cidade de Uberlândia. Não é mesmo todo dia que o vôlei feminino nacional vê uma campeã debutante: desde 1999, com o título da Uniban, de São Paulo, a modalidade não tinha uma equipe erguendo o troféu pela primeira vez.

A final no lotado ginásio do Sabiazinho, em Uberlândia, foi arrasadora e surpreendente. O Praia Clube ganhou por 3 sets a 0 (25/19, 25/23 e 25/17) e ainda levou a melhor com tranquilidade no “golden set”, faturando o inédito troféu com um expressivo 25/18.

Poucas vezes antes se viu um time comandado por Bernardinho sucumbir de maneira tão clara em uma decisão, principalmente depois de ganhar bem a primeira partida, no Rio.

E o que este título do Praia Clube representa? O Ganhador lista a partir de agora cinco itens para entender melhor a conquista.

 

1 – Projeto bem-sucedido

“Esse título é a realização do trabalho de toda a temporada. Jogadores e toda a comissão técnica sempre acreditaram nesse projeto. A equipe demonstrou um brio muito grande, passando por muitas dificuldades e obstáculos”, comemorou, aliviado, o técnico Paulo Coco. O Praia Clube realmente montou um elenco para ser campeão. Tinha adversários pesados, como o Sesc e o Vôlei Nestlé, de Osasco, e soube ser superior a ambos. Isso não é nada fácil. Basta lembrar que a dupla domina o vôlei feminino há quase 20 anos. O sucesso não veio da noite para o dia. Houve todo um planejamento para levar o time mineiro ao topo.

 

2 – Palmas para Claudinha

Falou-se da levantadora Roberta, do Sesc, durante toda a temporada – mas na hora decisiva, a maestrina foi mesmo a brilhante Claudinha, que gastou a bola com uma técnica e uma coragem realmente impressionantes. Não à toa, o troféu de melhor jogadora da decisão foi dado a ela. “Posso dizer que saio fortalecida dessa temporada e sabendo cada vez mais o papel de uma levantadora dentro de quadra”, afirmou, chorando, a emocionada campeã.

 

3 – O primeiro título de Fê Garay

Depois de rodar por Turquia, Rússia e China por quatro anos, a ponteira Fernanda Garay mostrou que é mesmo uma das melhores em sua posição em todo o mundo, terminando a partida como uma verdadeira máquina de derrubar bolas. Assim como o Praia Clube, esta é a sua primeira conquista na Superliga. “Vencemos um time campeão de tudo, que tem muito mérito e que sabia lidar com esses momentos de decisão. O primeiro jogo não foi o que esperávamos, mas hoje conseguimos crescer e nos superar”, afirmou.

 

4 – Walewska, a ‘Mulher-Maravilha’

Perfeita. É difícil encontrar outra palavra para definir o papel da central Walewska, que é um espetáculo de técnica e postura em quadra. Não é para menos. Com 38 anos, ela faz mesmo por merecer um lugar entre as maiores jogadoras brasileiros de todos os tempos. “Estou me cuidando há muitos anos. Pretendo jogar mais uma temporada, que será a minha última. Ainda estou jogando em alto nível e por isso vou jogar mais um ano. Foi uma vitória muito importante e estou feliz de ter chegado bem fisicamente no final dessa temporada”, afirmou a ‘Mulher-Maravilha’ do vôlei nacional.

 

5 – Adeus, Fabi

Se o título do Praia Clube pode representar uma abertura de ciclo, houve o fechamento de um que vai certamente deixar saudades em todos os que gostam de vôlei. A partir de hoje, Fabi, uma das melhores líberos da história, só vai poder ser vista em videoteipe. “Estou feliz porque durante 20 anos eu fiz o que eu mais gostava na vida, que é jogar vôlei. Jamais poderia imaginar que chegaria tão longe. Vitória ou derrota faz parte, mas o meu sentimento é de dever cumprido. O voleibol me deu uma oportunidade na vida de me tornar uma pessoa melhor e terminar a carreira disputando uma final de Superliga é muito bacana”, disse a líbero do Sesc-RJ. “A entrega sempre tem que ser a máxima em tudo na vida. É um privilégio fazer e viver do esporte. Quem me viu na quadra espero que tenha visto muita dedicação e amor pelo que faz.”

 

Classificação final da Superliga Feminina 2017/2018

  • 1) Dentil/Praia Clube (MG)
  • 2) Sesc-RJ
  • 3) Camponesa/Minas (MG)
  • 4) Vôlei Nestlé (SP)
  • 5) Hinode Barueri (SP)
  • 6) Fluminense (RJ)
  • 7) Pinheiros (SP)
  • 8) Vôlei Bauru (SP)
  • 9) São Cristóvão Saúde/São Caetano (SP)
  • 10) BRB/Brasília Vôlei (DF)
  • 11) Renata Valinhos/Country (SP)
  • 12) Sesi-SP

 

As melhores da temporada em cada função 

  • Saque: Bruna (Pinheiros)
  • Levantamento: Roberta (Sesc-RJ)
  • Passe: Bia (Vôlei Nestlé)
  • Defesa: Fabi (Sesc-RJ)
  • Ataque: Suelen (Dentil/Praia Clube)
  • Melhor jogadora: Tandara (Vôlei Nestlé)