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De 11º título de Rafael Nadal em Barcelona às férias de Federer e incógnitas de Murray e Djokovic, confira as últimas do Big Four

Rafael Nadal
Foto: Quality Sport Images/Getty Images

Após segundo troféu consecutivo na temporada do saibro, espanhol cumpre bem o papel de segurar a posição de número 1 do mundo diante de Roger Federer; falta de confiança de Novak Djokovic e volta de britânico Andy Murray após lesão geram dúvidas

Há mais de uma década a ATP é dominada por um desses quatro nomes: Andy Murray, Novak Djokovic, Rafael Nadal e Roger Federer. Se o suíço e o espanhol começaram cedo a rivalidade que parece acontecer apenas dentro das quadras, a chegada do sérvio e do britânico ao circuito, ao longo das temporadas, aumentou ainda mais a competividade pela posição de número 1. Não à toa, eles são chamados de Big Tour, tamanho o domínio do quarteto nos Grand Slams e Masters 1000. Porém, eles atravessam por fases bem distintas. Enquanto alguns continuam vivendo períodos gloriosos após duras lesões, como são os casos de Nadal, que acaba de vencer o ATP 500 de Barcelona pela 11ª vez, e de Federer, que ganhou o Aberto da Austrália no início de 2018, Djoko e Murray precisam “correr atrás do prejuízo” devido aos últimos problemas físicos.

 

Rafael Nadal

O desempenho de Rafael Nadal no saibro pode até sugerir uma tremenda facilidade do Touro Miúra em superar os adversários, já que o seu 11º título do ATP 500 de Barcelona levou a marca de 19 vitórias consecutivas no piso. Porém, a situação não é bem assim. E ela tem nome: Roger Federer.

Desde que iniciou a defesa do título do Masters 1000 de Monte Carlo, há duas semanas, o espanhol tem convivido com uma pressão diária para manter a liderança do ranking da ATP. Isso graças ao seu desempenho fabuloso na temporada passada, com direito ao título no Principado, Barcelona, Masters 1000 de Madrid e Roland Garros. Com a diferença para o suíço em apenas 100 pontos, cada partida do tenista natural de Manacor é tratada como decisiva.

 

Roger Federer

Sem entrar em quadra desde a surpreendente derrota para o australiano Thanasi Kokkinakis, então 175º do mundo, no fim de março, durante o Masters 1000 de Miami, Roger Federer preferiu seguir a fórmula do ano passado e mais uma vez abdicou da temporada no saibro. Isso significa que o Maestro não jogará Roland Garros pelo segundo ano consecutivo. Mas isso, sinceramente, parece não mexer com o brio do suíço, que vem de um início de ano resultados importantes. A começar pelo título do Aberto da Austrália, no qual carimbou o seu Grand Slam de número 20, e o retorno à ponta do ranking da ATP após mais de cinco anos, com o troféu do ATP 500 de Roterdã. Apesar da queda para a segunda posição, Federer continua em alta e pode retornar ao posto a qualquer momento, em caso de tropeço de Nadal nos torneios no saibro. De longe, ele segue de olho no rival, mas ao mesmo tempo curtindo as férias e cuidando de seus projetos sociais na África.

 

Novak Djokovic

Já Djokovic vive um período de incerteza. Desde a cirurgia no cotovelo direito após o Aberto da Austrália, o sérvio vem tentando sem sucesso reencontrar o seu jogo. Dono de um jogo mental fora do comum, flexibilidade e determinação, o ex-número 1 tem sido bastante instável dentro de quadra. Foi assim contra o eslovaco Martin Kazan, na segunda rodada de Barcelona. O sérvio até fez um segundo set esperançoso, mas a sua falta de confiança e ritmo o fizeram sucumbir diante do 140º colocado do mundo.

O revés no torneio espanhol mostra como tem sido os últimos meses do 12 vezes campeão de GS: altos e baixos. Foi assim sua parceria com inúmeros técnicos, como por exemplo Marian Vadja, com quem estava junto desde 2006, André Agassi e recentemente Radek Stepanek, que durou cinco meses no cargo. A onda de demissões mostra a falta de convicção do sérvio, que chegou a ficar 41 jogos invicto em 2011.

 

Andy Murray

Assim como Djoko, a situação de Andy Murray é delicada. Mas no caso do britânico, que já venceu três Grand Slams na carreira, há o álibi por não sabermos como ele se comportará em seu retorno ao circuito. Sem disputar uma partida oficial desde a derrota nas quartas de final de Wimbledon de 2017 para o norte-americano Sam Querrey, o ex-número 1 mundo – ficou 41 semanas na liderança do ranking no ano passado – vem de uma longa batalha para fazer o que mais gosta.

Desde a cirurgia no quadril, ocorrida no início do ano, Murray tem adotado o silêncio como principal arma para sua volta. Mas os meses se passaram e o burburinho sobre o seu retorno, principalmente pela chegada da gira europeia na grama, uma de suas superfícies prediletas, em junho, aumenta a expectativa de todos.

Atualmente em 39º do mundo, o escocês deve fazer do challenger de Loughborough a sua volta oficial. O torneio britânico começa no dia 21 de maio, em quadra dura. Ainda como parte de sua recuperação e até preparação para Wimbledon, Murray deve jogar o ATP 250 de ‘s-Hertogenbosch, na Holanda. Como será que ele irá voltar?