Carioca

Campeonato Carioca: será que a crise do America tem fim?

Foto: Laís Patrício / America Rio

Time está sem pontos e sem estádio, e corre sério risco de ficar também sem técnico se perder a partida decisiva de sábado para o Goytacaz           

Uma das históricas forças do Rio de Janeiro está correndo o sério risco de amargar um 2018 triste – como infelizmente vem sendo sua rotina nos últimos anos. Na lanterninha da Seletiva do Carioca, com duas derrotas em dois jogos, o America faz um duelo realmente decisivo neste sábado (6) às 16h contra o Goytacaz, que também vive momento tenso e só soma um ponto em seis possíveis até aqui.

 

A luta de Lucho

O clima no “Mequinha”, como é carinhosamente chamado em todo o Brasil, é realmente dos piores dentro do elenco. O técnico Lucho Nizzo decidiu pelo afastamento da dupla Romarinho e Léo Rocha, e ambos revidaram com pesadas farpas ao treinador. Nizzo está mantido no cargo, mas uma derrota no sábado (6) pode fazer a diretoria acionar o plano de emergência tão comum no futebol brasileiro: sacar o treinador e fazer a vontade dos atletas, que não devem ser mais levados em consideração pelo atual comandante.

A confusão toda ocorreu depois da segunda derrota seguida do América nesta Seletiva, para o Resende. O clube alegou “atos graves de indisciplina” para afastar ambos. Romarinho e Léo Rocha vieram a público para acusar Lucho de insultos e até de tentativa de agressão. O técnico devolveu na mesma moeda, e o bate-boca deve seguir em caso de nova dificuldade do clube. Ninguém no Mequinha está em condições de usar a razão e preferir uma saída mais ponderada para o caso.

Chega a ser uma surpresa. O America manteve enorme parte do elenco que havia ficado com o vice-campeonato na Segunda Divisão carioca. Mesmo na B1, o time demorou a engrenar no ano passado, perdendo três, empatando uma e só ganhando uma partida entre as cinco primeiras do campeonato. O técnico João Carlos Ângelo foi sacado naquele momento, algo que Lucho não quer repetir neste instante.

Ele tem diante de si o maior desafio desde que assumiu o clube. E nem dá para dizer que Lucho não mereça a paciência de todos. O America logo reagiu e teve boas atuações tanto na Taça Santos Dumont quanto na Taça Corcovado, quando o treinador conquistou o título e avançou para disputar o acesso contra o Audax. O acesso foi obtido. Mas as dificuldades se ampliaram contra os rivais de elite, e uma reação é urgente para o America não se tornar o “clube elevador”, aquele que sobe e desce de divisão a cada temporada.

A complicação do tradicional clube carioca não se limita apenas às quatro linhas. A equipe não tem também uma casa para chamar de sua. O Estádio Giulite Coutinho teve o seu lado do Corpo de Bombeiros expirado na virada do ano. A torcida vai precisar se deslocar neste sábado (6) até o Elcyr Resende, em Saquarema. Triste.

 

Freguês do Goytacaz

Para deixar tudo ainda pior, o America está realmente comendo o “pão que o diabo amassou” nos pés do Goytacaz. Logo o Mequinha, sofrendo com diabos, que ironia! Sinal dos novos tempos. Em 2017, os dois clubes se enfrentaram três vezes, com invencibilidade do Goytacaz, que ganhou duas partidas e empatou uma – esta igualdade, aliás, representou o título da Série B1 para a equipe que neste final de semana enfrenta o America.

A situação do Goytacaz tampouco é tranquila. O time perdeu para o Macaé e empatou com a Cabofriense. Um resultado que não seja a vitória pode representar também uma distância muito grande com relação aos líderes da Seletiva, os que se classificam para a sequência do Estadual do Rio.

“O que passou, passou. Ganhamos do América no ano passado, mas eles também fazem um jogo decisivo”, ponderou o técnico Paulo Souza de Oliveira. “Vai ser um jogo muito disputado, sem o menor favoritismo. E em situações assim, quem erra menos acaba ganhando.”

O técnico confia que o Goytacaz ainda tem condições de escalar a tabela e conseguir a vaga entre as equipes que vão seguir vivas no Carioca. O tempo urge: depois deste jogo, só restarão outros dois para o fim da Seletiva.

“É vencer ou vencer, não temos muito a fugir disso. Ou vencemos ou praticamente damos adeus às chances. No ano passado estávamos bem e sofremos um baque grande ao não conseguir os nossos objetivos. Esperamos que agora o desfecho seja realmente melhor”, finalizou o treinador.

 

Jogos da 3ª rodada da Seletiva do Campeonato Carioca

Sábado, 6 de janeiro

  • 16:00 – Resende x Bonsucesso – Palpite: Resende
  • 16:00 – Cabofriense x Macaé – Palpite: Empate
  • 16:00 – America x Goytacaz – Palpite: Goytacaz