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Todo mundo sai perdendo: Anderson Silva anuncia que está fora do UFC Rio

Foto: Buda Mendes/Getty Images

O pouco de paciência que restava a Anderson Silva chegou ao fim. Após um mês treinando no Rio de Janeiro sem a certeza de que faria parte do evento que acontece no dia 3 de junho na Cidade Maravilhosa, Spider decidiu arrumar as malas e voltar para casa, em Los Angeles (EUA), ficar com a família e desistir do desejo de se apresentar diante do público brasileiro após quase cinco anos. Ele anunciou a decisão de sair do UFC 212 em transmissão ao vivo para os fãs em suas redes sociais.

Na última semana, Anderson já havia demonstrado irritação com a organização e falou até em “desrespeito” ao comentar a demora para a franquia encontrar um rival para substituir Kelvin Gastelum, que foi retirado do show por conta do doping por uso de maconha. É bom lembrar que o Ultimate apresentou diversas opções para Spider, mas ele não aceitou nenhuma, então é quase culpa de ambos. Culpa de Anderson, que não abriu mão de certas exigências para realizar o desejo de lutar no Brasil e culpa da organização, que não fez um esforço para mantê-lo no show.

Spider até pediu um combate contra Yoel Romero em uma hipotética disputa de cinturão interino dos médios e chegou a ameaçar se aposentar. A resposta de Dana White? “Não. E, se pensa em se aposentar, talvez devesse fazê-lo”. O resultado, ao menos por enquanto, foi a desistência de Anderson em lutar no UFC 212.

A decisão de Anderson Silva não surpreende. Ele já havia deixado claro que estava chateado com a demora para a resolução do problema, pois já estava em treinamento no Rio para o evento, com dinheiro investido em treinos e equipe, além de estar longe da família. Chegar ao ponto de desistir do evento é jogar todo esse investimento no lixo. Porém, com a confirmação de Vitor Belfort no show, ficou claro que o esforço pela presença de Spider no UFC 212 seria menor. Assim como Anderson, Belfort é um ícone do MMA no país e maximiza o apelo de qualquer evento. É como se fosse uma troca. Já que não tem Silva, vai o Vitor. O evento perde pouco brilho com a troca. Não é a mesma coisa, Spider ainda é mais popular, mas foi uma solução adequada aos interesses da organização sem provocar revolta no público.

Agora, após o tempo longe da família, o dinheiro desperdiçado, o desgaste na relação com a direção do UFC e a frustração de ter sua participação em uma edição brasileira do show cancelada pela segunda vez, sabe se lá quando Anderson Silva vai voltar a lutar. E pior: será que ele tem forças pra tentar outra apresentação no Brasil, ou vai deixar o desejo de canto até qualquer dia?

No fim das contas, público, lutador e organização saem perdendo com a ausência de Spider no UFC Rio.

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