Vôlei

Sul-Americano Masculino de Vôlei em Temuco, no Chile: Brasil arrasa Paraguai, e agora pega Venezuela

Foto: Divulgação CSV

Seleção impõe sua superioridade e mostra que apenas uma zebra histórica vai impedir uma nova final contra a Argentina  

Foi um massacre, não um jogo. Atuando com a competência de sempre, e enfrentando um adversário de nível muito abaixo em Temuco, no Chile, nesta segunda-feira (7), a seleção masculina do Brasil estreou no Sul-Americano de Vôlei com uma vitória por 3 sets a 0 contra o Paraguai. As parciais foram 25/4, 25/14 e 25/10.

 

Mudança no time, mas não no placar

Embora Renan Dal Zotto, o novo técnico da Seleção, adote discurso diferente, pregando o respeito ao adversário e dando a entender que as partidas vão ser equilibradas, o que se viu no Chile foi um jogo extremamente desigual desde antes mesmo do começo.

Renan tanto sabia que o Paraguai não oferecia resistência que acabou escalando, acertadamente, um time B com relação ao que vinha atuando na Liga Mundial, quando o Brasil perdeu o título para a França somente no quinto set da decisão.

Nesta segunda-feira, os titulares foram o levantador Raphael, o oposto Renan, os centrais Isac e Otávio, os ponteiros Douglas e Rodriguinho e o líbero Thales. A formação foi mais que suficiente para o Brasil deslanchar logo de cara.

Para ter ideia da disparidade, o primeiro tempo técnico da partida foi alcançado com o Brasil ganhando por 8/1. O massacre impediu qualquer análise técnica do rendimento brasileiro, e o set foi vencido por 25/4.

A segunda parcial teve ritmo mais leve porque o Brasil tirou um pouco a mão – com exceção do saque, com Isac e Renan cravando aces consecutivos. O Paraguai pontuou bem mais que na primeira parcial, chegando a reduzir a diferença para seis pontos, com um 13/19. Mas o Brasil logo se incomodou e mostrou quem mandava em quadra, fechando em 25/14.

O terceiro e último set foi uma mescla dos dois primeiros. O Paraguai chegou a ter vantagem – 4/3 -, mas a primeira parada técnica, por exemplo, tinha já 8/5 no placar. O Brasil seguiu forte e a parcial foi logo encerrada em 25/10.

 

Difícil, Renan?

Basta olhar para Renan Dal Zotto para ver que o brilhante atacante da “Geração de Prata” é também um técnico que preza pelo discurso comedido. Mas ele está se superando neste Sul-Americano do Chile: “Esse jogo contra o Paraguai era difícil por termos poucas informações sobre o adversário”, disse, após a partida que teve o surreal 25/4 no primeiro set. “Seguramente, era a equipe que nos daria menos trabalho no grupo, já que esperamos um ritmo completamente diferente nos dois próximos jogos. A Venezuela amanhã, com certeza, vai exigir muito do nosso time. Tem tudo para ser um jogo equilibrado.”

Será que dá para acreditar?

Quem é veterano no vôlei lembra-se de partidas complicadas contra a Venezuela – e até a incrível derrota na semifinal do Pan-Americano de 2003, em Santo Domingo, quando a zebra venezuelana eliminou o Brasil na semifinal por 3 sets a 2.

Mas basta notar a potência em que o time brasileiro se transformou depois disso para descartar qualquer chance real de incômodo com os venezuelanos na partida das 22h (de Brasília) desta terça-feira.

Renan, porém, fez bem ao elogiar o jovem time escalado para enfrentar o Paraguai: “Tivemos a oportunidade de dar uma mexida boa no time. Jogamos com atletas que vinham atuando menos. Todos estão de parabéns porque ditaram o ritmo do jogo o tempo todo.”

Vale sempre reforçar: o Brasil tem 30 títulos no Sul-Americano de Vôlei. Ganhou todos os que disputou – a única seleção diferente a conquistar a competição foi a Argentina, que faturou em casa o torneio de 1964, sem a presença brasileira.

O Brasil integra o Grupo A, com Colômbia, Venezuela e Paraguai. O Grupo B tem Chile, Argentina, Uruguai e Peru, cujas partidas de estreia terminaram com vitórias argentinas (ante o Uruguai) e chilenas (sobre o Peru) por 3 sets a 0.

Brasil e Argentina fizeram as seis últimas finais do Sul-Americano, com seis títulos brasileiros. Mas os veteranos do vôlei sabem: a atual edição, no Chile, representa uma real chance de título para a seleção argentina, comandada pelo gênio Julio Velasco, mais um digno representante da incrível capacidade intelectual dos vizinhos. É fato. Os argentinos têm alguns dos melhores técnicos do mundo, seja qual for a modalidade.

 

Jogos do Brasil no Sul-Americano Masculino de Vôlei*

Segunda-feira, 7 de agosto

  • 22:00 – Brasil 3×0 Paraguai (25/4, 25/14 e 25/10)

Terça-feira, 8 de agosto

  • 22:00 – Brasil x Venezuela

Quarta-feira, 9 de agosto

  • 15:00 – Brasil x Colômbia

Quinta-feira, 10 de agosto

  • 19:30 – Semifinal 1 (1º B x 2º A)
  • 21:30 – Semifinal 2 (1º A x 2º B)

Sexta-feira, 11 de agosto

  • 21:30 – Decisão

* Horários de Brasília