Copa Libertadores

River Plate e Lanús farão mais que uma semifinal de Libertadores: farão uma guerra na Argentina

Foto: AP Photo/Gustavo Garello

Duelo entre times praticamente vizinhos promete fazer a competição continental pegar fogo nesta terça-feira (24)   

River Plate de um lado, Lanús de outro. Em comum entre os dois, uma Argentina que está mais que acostumada com esses duelos copeiros disputados no limite do regulamento. A Copa Libertadores da América tem tudo para viver o seu confronto mais acirrado deste ano de 2017 na partida de ida da semifinal entre as duas equipes, marcada para esta terça-feira (24) às 20h15 (de Brasília) no Monumental de Núñez superlotado e enlouquecido, com 80.000 torcedores em um espaço cuja capacidade oficial mal chega aos 70.000 lugares.

 

River quer provar que o 8×0 não foi em vão

O Google Maps está de prova: apenas 25 quilômetros separam as sedes de River e Lanús. O gigante vermelho e branco está localizado no aristocrático bairro de Belgrano, embora a denominação comum até mesmo para os próprios portenhos coloque o estádio e as dependências da equipe em Núñez, bairro logo adiante. O Lanús é do próprio município chamado Lanús, mas que de tão próximo à capital acaba se confundindo com a própria cidade de Buenos Aires.

O River poderia ser considerado amplo favorito neste mata-mata – só que não.

O Lanús tem um time ajeitado e que pode fazer a diferença mesmo diante de um rival cacifado a grandes conquistas como este River. Uma prova da força do Lanús vem do histórico recente diante do clube comandado pelo “Napoleón” Marcelo Gallardo. O Lanús despachou o River simplesmente dos últimos três confrontos diretos que ambos fizeram.

O mais recente foi em janeiro, na decisão da Supercopa, que reuniu os vencedores do Campeonato (Lanús) e da Copa (River) disputadas na Argentina. E não é que o Lanús ganhou por 3×0 na decisão disputada em jogo único e em campo neutro?

A freguesia riverplatense vem de antes. Os times se cruzaram também em duas edições recentes da Copa Sul-Americana, em 2013 e 2009, e o Lanús venceu ambas até com certa facilidade.

O River tanto reconhece a dificuldade que seus jogadores estão concentrados desde o final da semana passada. Os confrontos entre as equipes argentinas em competições continentais são um campeonato à parte, um verdadeiro faroeste onde pontapés, socos e cotoveladas são sempre permitidos e disfarçados para camuflar a violência perante os árbitros – que vão estrear, afinal, recursos eletrônicos justamente em um duelo picante como este.

Nem os próprios jogadores sabem afinal o que vai ser deste faroeste contando agora com as lentes eletrônicas em vez de o sempre incerto olho humano.

O River joga completo. Todos os jogadores que brilharam no 8×0 sobre o Jorge Wilstermann voltam a campo nesta terça, como o atacante Nacho Scocco, autor de cinco gols, e o volante Enzo Pérez, integrante da seleção argentina, responsável por outros dois, inclusive o último quando carregou a bola por todo o campo para definir com sutileza diante do desesperado goleiro boliviano.

 

Paixão e vingança movem Lanús

Outro dado bem simples mostra como o Lanús tem totais chances de arrancar o River desta Copa: a qualidade dos adversários que eliminou na Libertadores.

O River até aqui superou uma chave das mais fáceis com Melgar (Venezuela), Independiente Medellín (Colômbia) e Emelec (Equador). Nas oitavas, encarou o Guaraní (Paraguai); nas quartas, superou o Jorge Wilstermann, da Bolívia.

Já o Lanús precisou sobreviver a um grupo bem mais complicado ante Nacional (Uruguai), Chapecoense e Zulia (Venezuela). Nos mata-matas, a equipe deixou para trás o traiçoeiro The Strongest e o San Lorenzo, um dos grandes do futebol argentino, que abriu 2×0 depois do confronto de ida e então sucumbiu na decisão por pênaltis em Lanús.

O Lanús tem como técnico o competente Jorge Almirón, de 46 anos, que comandou o Independiente em 2014 e 2015. E os astros do time estão no perigosíssimo ataque formado por Lautaro Acosta e Pepe Sand.

Acosta é cria do Lanús e tem mil motivos para se matar em campo nesta semifinal: seus pais, irmãos e outros parentes também defenderam (ou ainda defendem) o Lanús no futebol e em outras modalidades. O caso de Sand é um pouco mais sensível. Revelado pelo River, ele não teve chances no time profissional e seu encontro com a torcida é sempre tenso. Também pudera. Ele é um verdadeiro carrasco quando enfrenta o River, balançando as redes nos dois últimos confrontos entre os clubes. A vingança se come fria, dizem também em Buenos Aires.

 

Palpite

É de se imaginar o River largando na frente nesta semifinal cuja grande incerteza é o encontro do árbitro eletrônico com o sempre ríspido futebol argentino. O River tem mais time e tem no Monumental um caldeirão praticamente infalível. O enredo que se apresenta é parecido com o das quartas entre San Lorenzo x Lanús. O Lanús perde a partida, mas vai para o segundo jogo, em seus domínios, com a chance de reverter o placar na terça-feira da semana que vem.

Imaginamos um 1×0 para o River, e com a série ainda escancarada para o confronto de volta. E para você? O que sai neste faroeste sem lei (ou quase) de terça (24) em Buenos Aires?

 

Jogos da semifinal da Copa Libertadores da América 2017

Terça-feira, 24 de outubro

  • 20:15 – River Plate x Lanús – Palpite: River Plate

Quarta-feira, 25 de outubro

  • 21:45 – Barcelona-EQU x Grêmio – Palpite: Barcelona-EQU