Humor

Paixão Nacional: precisamos parar de nos encontrar assim

Antigamente, quando ainda se amarravam cachorros com linguiças, os clássicos eram momentos especiais. Os torcedores aguardavam ansiosamente pelos confrontos contra os tradicionais rivais. As provocações duravam a semana toda – ou até mais. Um Fla-Flu, então, era pra parar o país. Todo mundo queria ver o Maracanã lotado e os gigantes cariocas medindo forças com a galera na Geral urrando a cada lance de perigo.

Isso, entretanto, ficou no passado.

Com os calendários malucos do futebol brasileiro – e sul-americano – veremos hoje o sétimo (isso mesmo: sétimo) Fla-Flu do ano. E no próximo dia 1º de novembro, veremos o oitavo – e último – duelo entre Flamengo e Fluminense em 2017.

Muita coisa.

O que faz um clássico é a sua beleza e a sua qualidade de “coisa rara”; algo que não se vê toda semana. Jogando oito confrontos no mesmo ano, o Fla-Flu virou um encontro de compadres; vizinhos boleiros que a cada toque na bola na pelada de domingo dão duas bicadas na cerveja. Quase um “casados x solteiros”.

Os clássicos estão morrendo. Não iluminam mais os domingos esportivos. Não são mais o programa obrigatório pós-macarrão com frango. Foram deslocados para as quartas-feiras e – pior! – para os sábados. Pouco a pouco, o domingo está se tornando o dia da NFL também no Brasil (nada contra, mas isso não deveria acabar com o nosso “Parmêra e Curíntia”).

Hoje é dia de Fla-Flu (de novo), mas para os torcedores dos outros times, que nos bons e velhos tempos paravam para ver o clássico, hoje é só “quarta-feira, dia de feijoada no boteco”.