La Liga

O Real Madrid precisa de Gareth Bale?

Foto: Angel Martinez/Real Madrid via Getty Images

Apesar do tricampeonato da Liga dos Campeões nos últimos 4 anos pelo clube espanhol, galês ainda não provou todo o valor investido; lesões são o principal problema

Se para um jogador de futebol jogar em um clube tradicional requer confiança, comprometimento e atitude, o que falar quando ele precisa provar o seu valor investido em um time grande, copeiro e milionário? Bom, estamos falando da relação Gareth Bale e Real Madrid, que está na quinta temporada de um casamento com muitos títulos, porém diversas lesões durante o período. Mas a pergunta que não quer calar é a seguinte: o galês ainda tem “lenha” para queimar na Espanha? Ele valeu o investimento? Confira a análise do ponta-direita merengue!

 

Homem de milhões

Gareth Bale chegou ao Real Madrid em 2013 com status de maior contratação da história do futebol mundial. Inicialmente divulgada em 91 milhões de euros, a negociação do galês, então jogador do Tottenham, revelou posteriormente ter sida pelo incrível valor de 100 milhões de euros.

Bale chegou ao time espanhol após três temporadas avassaladoras no Spurs. Ainda jogando na lateral-esquerda com o número 3, o galês ganhou atenção do mundo da bola nos dois jogos com a Inter de Milão pela frase de grupos da Liga dos Campeões. Primeiro, ele anotou três tentos na derrota da equipe inglesa sobre os italianos no Giuseppe Meazza por 4×3. Depois, ele comandou a equipe no jogo da volta – 3×1 -, que ficou marcado pelo “baile” sobre o lateral interista Maicon.

A atuação de galã do jogador foi a deixa para que ele ganhasse uma posição na frente. A partir daí sua carreira decolou e o poderoso Real Madrid apareceu. Com o time merengue, Bale rapidamente se entrosou com o seu ídolo Cristiano Ronaldo e o francês Benzema, virando um dos trios mais temidos da Europa.

Juntos, eles ganharam três Liga dos Campeões, três Mundiais de Clube, um Campeonato Espanhol, entre outros títulos. Porém, ao mesmo tempo que ajudou os madrilenhos a vencerem tantos importantes troféus, o galês conviveu – ou melhor, convive – com diversas lesões.

 

Lesões e mais lesões

Acredite se quiser, mas Gareth Bale já se machucou em 19 oportunidades – seis do lado direito e 13 do lado esquerdo do corpo – e perdeu mais de 70 jogos ao longo de sua trajetória pelo Real Madrid. A última delas ocorreu durante um treino em novembro passado, no adutor da perna esquerda. Sua participação no Mundial de Clubes era tida como incerta, porém ele esteve presente nos Emirados Árabes Unidos e melhor: anotou um dos gols da vitória de virada sobre o Al Jazira na semifinal da competição.

 

Altos e baixos

A temporada que o galês permaneceu mais tempo em campo foi em 2014/2015, quando atuou em 48 partidas, anotando 17 gols e dando 10 assistências. Em termos de comparação, o craque Cristiano Ronaldo disputou 54 jogos na época, balançando as redes adversárias por 61 vezes e contribuindo para 16 passes para gol. Além disso, Bale teve papel fundamental em jogos chave, como na Copa do Rey, quando contribuiu com um gol na vitória sobre o Barcelona, ou na decisão da Champions de 2013/2014, quando anotou um tento de cabeça – gol da virada – no início da prorrogação do clássico contra o rival Atlético de Madrid.

Do outro lado, o pior ano do camisa 11 com a manto merengue aconteceu justamente no ano passado, quando jogou apenas 27 vezes em meio a quatro lesões. Até por isso, sua contribuição foi fraca dentro das quatro linhas, com apenas nove gols.

 

Ascensão de companheiros

Com a frequente ausência dos gramados, Bale é cada vez menos imprescindível no time de Zinedine Zidane. Isso porque o técnico francês parece ter encontrado o substituto do galês. O espanhol Isco, por horas, tem feito a função do britânico quando ele está ausente e já contribuiu com cinco gols e três assistências na temporada. O revezamento ainda passa por peças como Asensio, Mayoral, Lucas Vásquez o Dani Ceballos.

 

Lenha para queimar

Apesar do inferno astral com inacabável série de lesões, Gareth Bale já provou ser um jogador diferenciado nas quatro linhas, seja com a camisa do Real Madrid ou do Tottenham. Tanto é que vira e mexe o galês é motivo de especulação na Terra da Rainha. Aposta pessoal do presidente Florentino Pérez, o ponta-direita ainda não é considerado uma carta fora do baralho do mandatário madrilenho. Um exemplo do apoio ainda incondicional ao atacante é a recusa da proposta de 105 milhões de euros feita pelo Manchester United na última janela de transferências. Agora, até onde a paciência espanhola irá durar?