Vôlei

Liga Mundial de Vôlei: França vence o Brasil e é campeã em Curitiba

Foto: Alexandre Schneider/Getty Images for FIVB

Decisão contou com 2h04min de excelente voleibol e vitória francesa no limite – pela contagem mínima e só no tie-break

Em final digna do que o vôlei masculino tem de melhor, a França ganhou do Brasil por 3 sets a 2 na decisão da Liga Mundial na Arena da Baixada, o estádio do Atlético Paranaense, na madrugada de domingo. As parciais foram de 21/25, 25/15, 25/23, 19/25 e 15/13, em uma partida que durou 2h04min. A medalha de bronze ficou com o Canadá, que bateu os Estados Unidos por 3 sets a 1.

 

Foto: Alexandre Schneider/Getty Images for FIVB

 

UMA DECISÃO DE ALTOS E BAIXOS

Com público de quase 23.000 pessoas em Curitiba, o Brasil fez o que a torcida esperava e comandou o primeiro set em quase sua totalidade, embora com a França ameaçando muito. O jogo começou com um ritmo simplesmente espetacular, com diversos acertos ofensivos e pouquíssimos erros. Contando com uma dessas raras falhas, o Brasil de Renan Dal Zotto abriu 22/19 e colocou a França sob pressão. A vantagem consolidada foi mantida até o fim da parcial: 25/21, e o Brasil abriu 1×0 no placar para grande festa do público.

O frisson não tirou em nada a concentração da França, que começou o segundo set atropelando o Brasil com um saque mais agressivo e com muitos acertos no ataque. O placar logo mostrou 5/1 e 8/3 para os europeus. Foi a vez de o Brasil fazer o mesmo: arriscar e descontar a vantagem, que logo foi cortada para 8/6. Mas a França seguiu melhor na rede e no fundo de quadra, e o que veio a seguir foi uma surra das mais inesperadas. A França disparou com 23/13 – e fechou em 25/15.

O medo esfriou um pouco a nossa torcida, que sentiu o baque e deixou de incentivar a equipe. Melhor para a França, que começou o terceiro set na frente e liderou o placar inclusive depois de longas trocas de bola. A superioridade francesa era clara: 11/6 e 15/11. Quando parecia que o terceiro set seria uma repetição do segundo, o Brasil reagiu e virou para 21/20. A vantagem durou pouco. A França manteve a cabeça no lugar para fazer 24/23 e finalizar com um forte bloqueio: 25/23.

Para o Brasil, o quarto set seria um tudo ou nada que precisaria de muito apoio da torcida. Foi a França que derrapou, e o Brasil logo disparou com um 8/3. Os visitantes ameaçaram com um 11/9, mas o Brasil voltou a mostrar embalo e avançou com 13/9, 16/13 e 20/15. Melhor no bloqueio, o time sul-americano seguiu dando as cartas até fechar o set com o 25/19 que encaminharia a decisão para o tie-break.

O quinto set começou com uma verdadeira loucura na Arena da Baixada. O Brasil assumiu a frente e mandou no saque: 7/4. A França redobrou a atenção no passe e na defesa e empatou em 7/7. O título parecia perto do Brasil, que liderou a contagem até o 11/11, mas depois a França assumiu a frente do placar para não mais perder, conquistando um dramático título com um 15/13. No limite e no sufoco – mas, ainda assim, um justíssimo campeão.

 

UM GÊNIO CHAMADO NGAPETH

Pelo Brasil, os grandes nomes da decisão foram o oposto Wallace e o ponteiro Lucarelli, com 22 pontos, cada um. Mas o que dizer do ponteiro francês Ngapeth, que sozinho derrubou 29 bolas, mais de um set inteiro?

“Não dá para tirar os méritos da França. Eles jogaram muito bem, especialmente o Ngapeth. Agora é seguir em frente, com o mesmo orgulho de representar a seleção brasileira”, analisou Wallace.

“Perder é sempre ruim, mas foi um grande jogo de vôlei”, disse Lucão. “Tivemos nossas chances tanto no terceiro set, como no tie-break, mas temos que lembrar que eles têm uma grande equipe também. Acredito que esse ciclo que se inicia agora vai ter Brasil e França brigando sempre em finais.”

Este foi apenas o segundo título da França na Liga Mundial – obtidos em 2015 e 2017 – contra nove do Brasil, conquistados em 1993, 2001, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010.

“Foi um jogo espetacular. Eles defenderam muito bem, nos colocaram em muita dificuldade e nós sabíamos que seria assim, um jogo decidido lá em cima, no detalhe”, opinou o técnico Renan Dal Zotto. “Queria muito agradecer a cada um desses jogadores. Todos se entregaram ao máximo, lutaram e o placar de hoje mostra o nível da competição.”

O Brasil encerrou a Liga Mundial com nove vitórias em 13 jogos disputados. Uma campanha extremamente positiva que merece muito ser aplaudida por marcar o início de um novo ciclo e de um novo técnico.

   

A SELEÇÃO DA LIGA MUNDIAL

Dois brasileiros entraram na seleção da Liga Mundial: o ponteiro Lucarelli e o oposto Wallace, as grandes armas da equipe na final. O levantador Toniutti, o ponteiro Ngapeth e o central Le Roux representaram a França, enquanto o Canadá contou com o líbero Blair Bann e o segundo central, o gigante Graham Vigrass.