Há vida sem o Profeta? São Paulo encara o Botafogo sem capitão Hernanes e com jejum de três partidas no Brasileirão

Por José Branco Neto

Publicado em 17 de novembro de 2017

Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net

Depois de arrancada no segundo turno e sonho com Copa Libertadores, Tricolor Paulista voltou à realidade e segue na parte intermediária da tabela; Fogão sai do Rio de Janeiro em busca de paz

Com o fim do sonho da Copa Libertadores e três jogos sem vitórias na bagagem, o São Paulo tenta quebrar a sequência negativa no Brasileirão neste domingo (19 de novembro) contra o Botafogo, às 17h, no estádio Pacaembu. Em 12º lugar na classificação geral com 45 pontos, o Tricolor Paulista terá que se recuperar no campeonato sem sua principal estrela: o polivalente Hernanes, que está suspenso. E o clube paulista não poderia enfrentar um melhor rival, já que o Fogão, apesar do sexto lugar e os 51 pontos na tabela, está em crise com sua torcida por não conseguir vencer dentro de seus domínios. Confira o prognóstico da partida!

Hernanes sai, quem entra?

Se o torcedor são-paulino respira aliviado e pode comemorar – e zoar os rivais – o feito de nunca ter sido rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, é bom dar todas as honrarias a Hernanes. Desde que o Profeta voltou, na janela de transferências do meio do ano, o São Paulo teve um salto de qualidade. Após 14 rodadas na zona do rebaixamento, o Tricolor decolou na competição. Isso, é claro, com ajuda do camisa 15, que anotou nove gols e deu três assistências em 19 jogos.

Pela primeira vez na competição, o time do Morumbi terá que se virar sem sua referência, que cumpre suspensão automática devido ao terceiro cartão amarelo no duelo com o Grêmio. Com a ausência do Profeta, o técnico Dorival Júnior pode mexer na estrutura da equipe. Voltando da Seleção Peruana, que garantiu vaga na Copa do Mundo da Rússia na repescagem contra a Nova Zelândia, Cueva deve figurar entre os titulares. Mas como atua mais avançado, ele não substituiria o companheiro de equipe. A tarefa deve ficar entre os jovens Lucas Fernandes ou Júnior Tavares, mas isso o comandante tricolor divulgará no domingo.

Outra peça importante fora do jogo de logo mais é o zagueiro equatoriano Arboleda, também pelo mesmo motivo: cartão amarelo. A tendência é a entrada de Bruno Alves, que normalmente é escalado na ausência do estrangeiro ou de Rodrigo Caio.

A culpa é de quem?

Apesar de ocupar uma das vagas nas preliminares da Copa Libertadores de 2018, o Botafogo é uma panela de pressão que a qualquer momento pode estourar. A gota d’água ocorreu na última rodada, quando o clube somou a terceira derrota consecutiva no Nilton Santos e agora vê times da parte intermediária da tabela chegarem para brigar por uma posição na competição continental.

Depois de perder para Fluminense e Atlético Paranaense, o time de General Severiano sucumbiu, surpreendentemente, para o Atlético Goianiense, lanterna e virtual rebaixado. Foi só mais um revés em casa acontecer para a paciência da torcida acabar de vez. E o culpado? Bruno Silva, vaiado pelos alvinegros durante todo o embate e que pode estar de saída para o Cruzeiro, além do técnico Jair Ventura, apesar de tirar “leite de pedra”.

Com o clima de insegurança no Nilton Santos, o time da Estrela Solitária tenta se apegar aos números longe da Cidade Maravilhosa para continuar vivo no G-7. O Fogão tem a oitava melhor campanha jogando como visitante, com cinco vitórias em 17 partidas. E, apesar dos recentes maus resultados, o clube é o vice-líder do returno do Brasileirão com 26 pontos, ficando apenas atrás de Palmeiras e Cruzeiro, com 28. Por isso, cuidado São Paulo.

Palpite

Apesar de o torcedor olhar “torto”, é normal esta instabilidade do São Paulo, já que a equipe praticamente teve que montar um novo plantel durante a competição devido às vendas de jogadores para a Europa. É bom se contentar, porque se não fosse Hernanes, a situação seria pior. Agora, com o camisa 15 de fora, o Tricolor terá um bom teste. Mas o clube deve ficar em boas mãos com o argentino Lucas Pratto. Com sete gols na competição, o goleador não faz um nacional de encher os olhos, mas é sempre boa opção para balançar as redes, ainda mais quando o adversário, que neste caso é o Botafogo, está à beira de um ataque de nervos.