Carioca

Flamengo e Fluminense fazem a final do Carioca no Maracanã!

Foto: Gilvan de Souza / Flamengo / Divulgação

Decisão conta com atrações que não eram vistas há muito tempo no Rio.

Depois de 26 anos, eis que o Campeonato Carioca tem uma nova decisão envolvendo a dupla Fla-Flu. Muitos acham que a famosa partida do gol de barriga de Renato Gaúcho foi válida pela decisão do Estadual daquele ano (1995), mas na verdade aquele jogo apenas fez parte de um octogonal decisivo.

Final, propriamente dita, a que começa neste domingo às 16h no Maracanã será a primeira desde 1991, quando houve um 1×1 na primeira partida e um 4×2 flamenguista na segunda. Os autores dos gols do título foram Uidemar, Gaúcho, Zinho e Júnior. Pelo Fluminense, os gols foram de “Ézio”, o “Superézio”, como era chamado pela torcida e pelo locutor Januário de Oliveira.

A dupla Fla-Flu carrega enorme tradição, mas a final que começa neste domingo será somente a quarta entre as duas equipes na história do Carioca. O Fluminense foi campeão em 1936 e 1973, enquanto o Flamengo tem para si apenas esta conquista de 1991.

E uma nova taça rubro-negra passa com certeza pela boa condição física dos comandados pelo técnico Zé Ricardo, algo que o clube ainda não conseguiu equilibrar nesta temporada.

Como qualquer equipe, o Flamengo oscila demais quando não conta com seus principais jogadores, algo visto na última quarta na derrota por 2×1 para o Atlético-PR, em Curitiba, pela Libertadores. Mesmo instável, vale destacar que o Flamengo só perdeu duas partidas no ano, ambas pela Libertadores, contra a Universidad Católica e o Atlético-PR.

Uma ausência muito lamentada nesta decisão é a do meia Diego, longe de um substituto à altura. O argentino Conca também se recupera de lesão e só vai jogar no segundo semestre, e Ederson também não reúne condições físicas de atuar. O argentino Mancuello, que começou o ano pelas pontas do campo, foi improvisado, mas sem render como o esperado. A solução até aqui é outro improviso, a do lateral peruano Trauco, no melhor estilo “quebra galho”. Ele vai ser acionado de novo para a função se não houver a recuperação de Everton, ainda tratando uma torção no tornozelo.

Outro que volta ao Flamengo nesta decisão, depois de ficar fora da partida da Libertadores, é o explosivo atacante colombiano Berrío.

“Nosso elenco tem todas as condições de suprir essas ausências. Vamos voltar a vencer, não só para buscar o título carioca, mas também para seguir bem na Libertadores”, comentou o treinador Zé Ricardo, adotando um discurso de otimismo que cai bem em qualquer torcida.

 

Fluminense quer reverter hegemonia

Pelos lados do tricolor das Laranjeiras, a situação de desgaste e de momento é, para muitos, melhor que a do Flamengo. O clube empatou por 1×1 com o Brasil de Pelotas em partida válida pela Primeira Liga no meio de semana, e as atenções todas agora estão na possibilidade de consagrar o técnico Abel Braga como o novo “Rei do Rio”, posto ocupado recentemente por Joel Santana.

Zagueiro de muita força (e igual quantidade de chutões) de Fluminense, Vasco e Botafogo, “Abelão”, como é chamado pelos seus jogadores, ostenta um aproveitamento de 100% nas decisões do Carioca.

Seu primeiro troféu na carreira foi justamente o Estadual do Rio, em 2004, pelo Flamengo, o rival de agora. As conquistas seguintes foram pelo Fluminense, em 2005 e 2012.

E é tão engraçado que até rima: fora Abel, só Joel, o Santana, levantou mais de uma taça nos últimos 16 anos. “Pai Joel” sentiu o gosto do título em 2008, com o Flamengo, e em 2010, com o Botafogo.

Não há exagero algum em despejar os holofotes da decisão no trabalho de Abel Braga. Em pouco mais de três meses, ele conseguiu reverter todo o ânimo do clube, que havia terminado 2016 extremamente desmotivado.

Mais que isso: como o Flu fez só três contratações para a temporada, é coerente dizer que ele, Abel Braga, é o principal reforço da equipe.

“Ele é um cara sensacional. Trabalhar com o Abel é um prazer e um grande privilégio. Sabe aquela pessoa que você vai feliz para o trabalho só para vê-la? É ele.”, elogia o atacante Richarlison, que além de ter conquistado o posto de titular, está na briga pela artilharia do Estadual.

E tal briga pelo posto de goleador do Carioca traz um tempero bem mais interessante para a decisão. Richarlison tem oito gols na competição – exatamente um a menos que Paulo Guerrero e Adriano, do Nova Iguaçu, que já não tem mais chances de ampliar sua contagem.

Ou seja: é Richarlison x Guerrero a caminho das redes nesta final e na do domingo seguinte no Maracanã.

Nosso prognóstico? O Flamengo sai na frente e ganha por 2×1 esta primeira partida – mas deixando absolutamente tudo em aberto para o jogo decisivo “de verdade”, no domingo seguinte.