Euroliga de basquete: CSKA e Olympiacos fazem duelo de líderes na Grécia

Por Matías Carranza

Publicado em 19 de dezembro de 2017

Foto: Mikhail Serbin/EB via Getty Images

Equipes praticamente decidem quem vira o ano na frente; partida será às 17h (de Brasília) desta quarta (20)

Quem ama mesmo basquete pode até dormir mais cedo nesta quarta-feira (20) e esquecer um pouco a NBA. Isso porque a Euroliga promete um jogo de fortes emoções no choque de líderes entre o CSKA, da Rússia, e o Olympiacos, da Grécia. As duas equipes ocupam as duas primeiras colocações no campeonato e quem ganhar o jogão das 17h (de Brasília) desta quarta na Grécia tem tudo para virar o ano na primeira colocação.

Força russa em evidência

A Rússia vive meses atípicos nesta espera pela Copa do Mundo. E tal expectativa tem sido repassada aos outros atletas do país – incluindo os gigantes do CSKA, da cidade de Moscou, que lideram a Euroliga até aqui. A Euroliga não é badalada a ponto de ser chamada “de Champions League do basquete”. Mas o nível demonstrado pelas equipes de ponta é tão alto que a liga sempre recebe ou cede atletas para a NBA. Um dos nomes mais comuns é o do armador espanhol Ricky Rubio, que despontou no Barcelona e de lá foi para os EUA, onde hoje defende o Utah Jazz.

A situação do CSKA hoje talvez não chegue a tanto. A equipe conta com o tradicional jogo pesado dos russos, com destaque ao pivô Semen Antonov, de 2,02 metros de pura fúria. Mas o time tem também uma legião de franceses e de americanos para compor o elenco que hoje lidera o basquete no Velho Continente. E que curiosidade: o CSKA é comandado por um técnico grego, Dmitris Itoudis, nascido justamente no país do Olympiacos que enfrenta nesta quarta-feira (20).

Tal diversidade de países se vê também no time do Olympiacos. A maioria dos atletas é grega, claro, mas há oriundos também de Canadá, Sérvia e Estados Unidos. Tem tudo para ser um grande jogo, especialmente ao se olhar para a campanha dos dois times. O CSKA soma 10 vitórias e 2 derrotas, com o Olympiacos aparecendo logo na segunda colocação, com 9-3. Depois desta rodada do meio de semana – a 13ª -, a Euroliga fará somente mais duas neste 2017. É bem provável que, em caso de vitória do CSKA, o triunfo represente também a manutenção da liderança do time russo até o ano que vem.

Real e Barça decepcionam

Grandes potências do futebol, talvez as maiores de todo o mundo, Real Madrid e Barcelona também têm equipes de basquete. No caso do Real, o time é uma verdadeira glória, com nove títulos na modalidade. É sim uma equipe à altura da tradição merengue, tão gloriosa no futebol. Mas ao contrário do que ocorre com Cristiano Ronaldo e companhia, a fase do Real no basquete é terrível. Ninguém em Madri consegue entender como o time está tão para trás com relação aos adversários de Rússia, Grécia e Turquia.

O Real abre esta 13ª rodada com uma decepcionante oitava colocação. É muito pouco para um time que ostenta o recorde de títulos na competição. Uma prova do baixo nível praticado pelo basquete de clubes na Espanha neste momento foi o Real x Barça da semana passada. A partida foi sonolenta e terminou 87×75 para o Real.

Se o momento do clube merengue é de críticas, o do Barcelona é um verdadeiro caos. A equipe ocupa só a 12ª colocação entre as 16 participantes, com 4 vitórias e 8 derrotas. O Barça não é esta potência toda nas quadras, é bom dizer. Ganhou a Euroliga em somente duas temporadas, a última em 2009/2010. Mas passar pelo vexame de estar bem mais perto do fundo da tabela do que dos líderes é algo que não combina com a noção de grandeza que o clube impõe.

Outra nota vermelha vai para o Olimpia, de Milão. Que fase, a da Itália! Soberana no futebol de antigamente, o país não está nem classificado para a próxima Copa do Mundo. Tal dificuldade ocorre também no basquete: o Olimpia é o lanterninha da Euroliga, com 3 vitórias e 9 derrotas. Nem parece que de lá saíram tantos times bons como o Benetton Treviso e o Kinder Bologna. Triste mesmo.