Copa Sul-Americana

Estrela de César brilha e o Flamengo está na final da Copa Sul-Americana após vencer o Junior Barranquilla

Foto: Gilvan de Souza / Flamengo

César, Vizeu e Paquetá – todos formados no clube – brilham na Colômbia e garantem o Flamengo na grande final da Sul-Americana contra o Independiente.

De quarta opção para o gol a um dos heróis da classificação. Assim foi a jornada do goleiro César que “entrou na fogueira” depois das últimas falhas de Muralha e, com direito a defesa de pênalti, foi peça importante para dar ao Flamengo a sua primeira final continental em 16 anos – a última foi a decisão da Copa Mercosul de 2001, onde foi derrotado nos pênaltis pelo San Lorenzo.

Mas o duelo na Colômbia não foi exatamente um “passeio” para a equipe rubro-negra que, mais uma vez, não brilhou como deveria.

 

Sufoco no primeiro tempo

O jogo começou aberto, com as duas equipes buscando o gol – graças ao gol qualificado, aos donos da casa precisavam de uma vitória simples para chegarem à final. Como jogava pelo empate, o Flamengo adotou uma postura mais “segura” e chamou o Barranquilla para o seu campo. Isso exigiu de César uma defesa crucial, em uma cobrança de falta, nos primeiros movimentos do jogo. O lance deu moral e segurança ao arqueiro que seguiu pressionado pelo ataque colombiano. De sua parte, o rubro-negro pouco ameaçava. Em mais uma jornada ruim de Diego e Éverton Ribeiro – que ainda não fez uma boa partida com a camisa do Flamengo – o time carioca via suas jogadas mais perigosas nascerem dos pés de Lucas Paquetá, o prata da casa que pouco a pouco vem ganhando espaço dentro da equipe titular (mais até do que o badalado Vinícius Junior, que está de malas prontas para a Europa). Com os laterais Trauco e Pará mais preocupados com a marcação, a produção ofensiva dos visitantes era quase inexistente.

Mas o empate era rubro-negro.

Jogadores do Flamengo comemoram gol na Colômbia. (foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

 

Sufocando no segundo

A etapa final começou muito semelhante ao primeiro tempo, com o Barranquilla pressionando e o Flamengo aceitando a pressão. Até que, aos 6 minutos, Felipe Vizeu disparou com a bola dominada, deixou 2 defensores na saudade e tocou na saída do goleiro Sebástian Vieira: Fla 1 x 0 Junior Barranquilla (3 x 1, no agregado).

Precisando marcar gols, os donos da casa se lançaram ao ataque e martelaram a defesa do Urubu até que conseguiram um pênalti a seu favor. Chará cobrou e César, com a frieza de um veterano – e não de alguém que não jogava oficialmente desde 2015 – defendeu e jogou um balde de água fria nas pretensões colombianas. E ainda deu tempo para Vizeu – cada vez mais importante que Guerrero –marcar o segundo já nos acréscimos e acabar de vez com o ânimo dos donos da casa.

 

Como fica

O Flamengo, agora, encara o Independiente, da Argentina, na decisão. A primeira partida será em Avellaneda na próxima quarta-feira, dia 6/12 e o jogo de volta será no próximo dia 13/12, no Maracanã. Antes disso, entretanto, encerra sua participação no Campeonato Brasileiro no domingo, dia 3, enfrentando o Vitória no Barradão.

 

Outros pontos

  • Conforme havia sido mencionado aqui, Muralha viajou com o grupo para a Colômbia mas não foi relacionado nem para o banco de reservas: Thiago – que se recuperou de uma fratura no punho – foi escolhido para a reserva de César. O contestado ex-titular do gol rubro-negro dificilmente seguirá no clube em 2018.
  • Mais uma vez o técnico Reinaldo Rueda se deu bem sobre o Junior Barranquilla. Como técnico do América de Cali, o professor conta com uma série de resultados positivos contra o rival – ampliada agora no comando do Mengão.
  • Enquanto que nomes badalados (e caros) como Diego, Éverton Ribeiro e Guerrero (que se defende de uma acusação de dopping), não rendem o que deles se espera, os atletas criados no Ninho do Urubu vêm tomando conta do time. Graças, principalmente, a César, Paquetá e Vizeu, o torcedor rubro-negro comemora hoje e pode sonhar com o título da Sul-Americana daqui duas semanas no Maracanã.
  • A Sul-Americana, aliás, não estava nos planos do Flamengo. Caiu no colo do clube após a eliminação precoce na Libertadores e, diante das circunstâncias, se tornou a única esperança do clube para “salvar” a temporada com um título de “expressão” depois de todo o investimento que a diretoria fez na montagem do elenco.
  • O Flamengo quase precisou trocar de goleiro durante a partida. Com cãimbras, César chegou a ser atendido mas, felizmente para o rubro-negro, aguentou-se em campo até o final (e ainda pegou o pênalti).